O setor de calçados teve recuperação em exportação. Segundo Heitor Klein, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), tanto em volume quando em dólares, a venda de calçados para o exterior tiveram altas de respectivamente, 1,7% e 4% no ano passado, em comparação a 2015. A alta gerou um total de US$ 999 milhões para a receita brasileira.
+Mercado reduz projeção da inflação para 4,81% e mantém a do PIB em 0,5%
Os números positivos com a exportação vão na contramão do mercado interno brasileiro. Segundo Klein, as altas foram registradas desde agosto de 2016, mas somente em outubro que os resultados foram significativos. No mês de dezembro, por exemplo, foi gerado US$ 128 milhões, consequência da venda de dezoito milhões de pares, índice 62% maior que em novembro do ano passado e 7% a mais que o mesmo período de 2015.
Para onde vai?
Os Estados Unidos foi o principal importador do Brasil em 2016, resultando na compra de 13,24 milhões de pares, o que significa US$ 221,36 milhões em dinheiro e 15,4% a mais do que o acumulado de 2015.
Em seguida no ranking vem a vizinha Argentina (9,48 milhões de pares por US$ 111,6 milhões), a França (9 milhões de pares por US$ 56 milhões), o Paraguai (14,53 milhões de pares por US$ 47, 43 milhões) e em quinto lugar a Bolívia (6,36 milhões de pares por US$ 45, 46 milhões), a qual perdeu uma posisão no ranking.
+Movimento do comércio tem queda de 6,6% em 2016; pior resultado em 16 anos
Você viu?
Estadual
A análise feita por estado apontou que a principal fonte das exportações de calçado do País é o Rio Grande do Sul. Só no ano passado, os gaúchos geraram US$ 436 milhões por meio da exportação de 28,7 milhões de pares, ou seja, 17,8% a mais que 2015.
Em segundo lugar vem o Ceará (48,3 milhões de pares por US$ 207,77 milhões), depois vem São Paulo com 9 milhões de pares – quase 40 milhões a menos que o segundo colocado – por US$ 107, 74 milhões. E em quarto lugar, o estado da Paraíba, o qual exportou 23.55 milhões de pares por US$ 66,36 milhões.
Importação
Os índices de importação de calçados mostraram queda em 2016, o que leva o mercado nacional de calçados a um superavit. Os principais importadores são: Vietnã, Indonésia, China e Itália. A queda, segundo o Heitor Klein, se deve a retração da demanda doméstica pelos produtos desses lugares.
Matéria prima
A análise da Inteligência Comercial do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com informações da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) aponta que em 2016 exportou-se 3,8% mais couro do que em 2015. Embora o índice, em metro quadrado, tenha aumentado o resultado em dinheiro teve uma queda significativa de 10,3%, trazendo para o Brasil o total de US$ 2,033 bilhões.
Um dos impulsionadores da baixa foi a queda da demanda do mercado chinês – principal comprador do Brasil – além do momento político delicado e a flutuação cambial pelo qual o País passa. 70% da produção de couro brasileira são destinados à exportação, o que demonstra a fragilidade desse setor, afirma José Fernando Belo, presidente executivo do CICB.
O estado do Rio Grande do Sul, além de ser o que mais exporta calçados também é o que mais vende para outros países o couro. 21,1% das exportações sai do estado do sul do brasileiro.
A categoria couro acabado é um dos mais significativos para a exportação, a sua demanda foi responsável por 60,5% do valor faturado. Em seguida veio o Wet Blue com 25,4%, matéria prima que passou por um processo inicial de curtimento, ou seja, o qual ainda vai receber outra cor e textura.
+Mercado reduz projeção da inflação para 4,81% e mantém a do PIB em 0,5%