A cotação da moeda norte-americana disparou esse ano no País. Indefinições políticas, a troca na presidência no Brasil e a descoberta de um gigantesco esquema de corrupção que resultou na operação Lava Jato, fez com que o dólar atingisse R$ 4,10. Mesmo atualmente controlada, a estimativa é que a moeda norte-americana terá mais um ano de estabilidade pela frente.
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Na opinião do diretor de câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo, além dos impasses que têm impedido a retomada da economia no País, fatos que ocorrem pelo mundo também desestabilizam a cotação do dólar e a tendência é que o mercado internacional, mais uma vez influencie a cotação da moeda em 2017. O especialista evidenciou os fatores que podem tornar a moeda norte-americana um problema no ano que se inicia. Veja as perspectivas:
Inflação e juros no Brasil
A relação do preço do dólar com a inflação não parece ser evidente em um primeiro momento, porém as consequências da inflação no mercado de juros estão diretamente relacionadas. De acordo com a queda da inflação, teremos também uma queda na Selic. Com isto, o Brasil passa a remunerar seus títulos de forma menos atrativa, reduzindo, em tese, o fluxo cambial para cá.
Ajuste fiscal
Com relação à aprovação das medidas de ajuste fiscal-em especial as reformas da previdência e trabalhista –, o País tende a trazer ou afastar investidores para o setor produtivo. Com isto, também temos impacto na oferta e demanda de dólares e, por consequência, na cotação da moeda estrangeira;
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Trump no poder
Passada a especulação em torno da eleição, teremos de fato as ações efetivas do governo Trump. O mercado tende a acompanhar, com muita atenção, principalmente as ações no campo econômico, que devem ter impacto na formação do preço do dólar perante todas as demais moedas do mundo;
Petróleo e as commodities
As variações dos preços destes dois ativos impactam, diretamente no fluxo cambial, por determinarem um importante fluxo cambial e a direção para os países exportadores e produtores;
China
Por tratar-se da economia que mais cresceu nos últimos anos, além de suas amplas relações de comércio exterior com as demais principais economias do mundo, qualquer efeito atípico da economia chinesa – seja ele de aceleração ou desaceleração – tende a causar um impacto imediato no mercado de câmbio global e no dólar.
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