Teste realizado pela Proteste – Associação de Consumidores, com 13 fogões de marcas distintas resultou na reprovação de dois modelos devido à liberação de Monóxido de Carbono (CO) acima do considerado seguro e por risco de tombamento do equipamento.
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Preocupada com a segurança dos usuários, a Proteste está pedindo ao Ministério Público e ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) a retirada dos produtos perigosos do mercado. Foi constatado o risco de liberação de CO gás acima do limite considerado seguro no modelo Atlas cinco bocas Top Machine e de tombamento no Atlas Coliseum quatro bocas.
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O órgão quer que a fabricante dos produtos faça recall nos aparelhos que estão em uso na casa dos consumidores, além de pedir para as empresas responsáveis pelos produtos que “adotem as providências cabíveis para que o risco à segurança não continue a ocorrer”. Perante aos fatos a Proteste solicitou ao Inmetro revisão da certificação dos dois modelos avaliados.
Vazamento de gás
Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estipula que o limite máximo para liberação de gás é de 0,2%. No teste realizado pela associação foi identificado que o vazamento de gás superior ao permitido no modelo Atlas 5 bocas Top Machine, em duas amostras distintas (dois fogões do mesmo modelo) realizadas. Foi identificado que na utilização de um queimador o vazamento foi de 0,27% e quando os dois queimadores são acionados, esse vazamento chega a 0,47%.
Os resultados fora mais alarmantes quando foi usada esta função em condições reais de uso, de acordo com o manual de instrução do produto – grelhando dois frangos, colocando uma bandeja com água e usando os dois queimadores ao mesmo tempo.
Foram detectadas liberações para o ambiente de CO de 2,13% e 3,36% em duas amostras avaliadas, ou seja, 1.580% acima do considerado seguro, se levada em consideração à segunda amostra avaliada.
Temperatura
Outro problema encontrado pela Proteste ao avaliar os produtos foi que, nos fogões de quatro bocas analisados – sendo cinco produtos distintos; a temperatura indicada pelo fabricante foi diferente da medida pela associação. Os fogões de cinco bocas (sendo seis modelos analisados pela Proteste), também apresentaram problemas em relação à temperatura, mas com menor diferença entre o informado pelo fabricante e o constatado pela Proteste.
A associação afirmou que o Atlas Agile, de cinco bocas, e o Electrolux 52 SPX, de quatro, foram os que tiveram os piores resultados, com discrepância superior a 40ºC. O Esmaltec Agata apresentou diferença inferior, de apenas de 10ºC na temperatura do forno – o que é considerado muito bom.
Tombamento
A Proteste reprovou também o Atlas Coliseum 4 bocas por risco de tombamento. O teste verificou se o fogão suportava o peso de 22,5 quilos no centro geométrico da porta. Duas amostras deste mesmo modelo tombaram durante a avaliação. Este risco indica que, durante o apoio do usuário na porta do fogão, seja por tentar retirar um produto do forno, ou até mesmo uma criança abrindo a porta e sentando, há tombamento, podendo ocasionar lesões e queimaduras graves ao usuário.
Em nota ao Brasil Econômico a fabricante Atlas, responsável pelos dois modelos reprovados – Top Machine e o Atlas Coliseum – afirmou que foi notificada pela Proteste e reafirmou seu compromisso com o consumidor e refizeram os testes com os dois modelos e não identificou que ambos "obedecem às normas de segurança e eficiência energética exigidos atualmente pelos órgãos certificadores e reguladores".
Ainda segundo a nota oficial, a fabricante Atlas Eletrodomésticos informou estar participando e colaborando com a Proteste para entender a forma que os testes foram feitos para tomar medidas que forem necessárias para garantir ao consumidor a aquisição de produtos de qualidade, eficientes e seguros.
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