Nesta terça-feira (20), metalúrgicos da Embraer, empresa aeroespacial, aprovaram em São José dos Campos, interior de São Paulo, a proposta de layoff apresentada pela empresa. A proposta de layoff engloba a suspensão de 1.080 trabalhadores em sistema de rodízio, por dois anos, e foi aprovada em nova votação com funcionários do segundo turno.
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O layoff será desenvolvido por grupos e atingirá apenas aqueles que trabalham com produção. Estão previstos 600 trabalhadores da área de aviação comercial, que se dividirão em 12 turmas, cada qual contendo 50 pessoas da área de montagem da aviação executiva, 480 funcionários se dividirão em oito turmas de 60 pessoas. A permanência desses grupos deve durar por pelo menos cinco meses.
Durante esse período de suspensões, o governo deverá pagar bolsa de R$ 1.573 para cada funcionário, porém a diferença entre a bolsa recebida e os respectivos salários deverá ser mantida sob responsabilidade da própria Embraer. Os direitos ao 13º salário, Programa de Participação nos Lucros e Resultado (PLR) e ao reajuste salarial previsto na Convenção Coletiva serão mantidos e o rendimento integral aos funcionários será garantido pela empresa.
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A estabilidade no emprego de acordo com o período em que os contratos estiverem suspensos é uma das certezas dadas aos trabalhadores que aderirem ao layoff. A estimativa é que o programa comece a ser aplicado em janeiro de 2017.
Reajustes na proposta de layoff
Durante a fase inicial de desenvolvimento da proposta, a Embraer, que possui 13 mil funcionários no total, afirmou querer colocar 2.000 funcionários em layoff. Porém, a quantidade foi diminuída para 1.080 trabalhadores, após negociarem com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
“No último ano, a Embraer envolveu-se em corrupção e tentou jogar a conta nas costas dos trabalhadores, com demissões e achatamento de salários. O layoff é mais uma forma adotada pela empresa para economizar. Mas, o Sindicato vai exigir que o governo federal adote uma postura mais firme contra essa política da Embraer e garanta estabilidade de emprego para todos”, diz o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros da Silva.
Aprovação do estado de mobilização
Ainda na assembleia que ocorreu na manhã dessa terça-feira (20), o Sindicato discorreu sobre os desafios a serem enfrentados em 2017 e a necessidade atual de mobilização contra todos os ataques programados pelo governo federal, principalmente as reformas trabalhistas e da Previdência.
O vice-presidente do Sindicato aproveitou o momento de diálogo para evidenciar também a necessidade de dar continuidade a luta por direitos e redução da jornada de trabalho na Embraer. Ao final da assembleia do primeiro turno, os funcionários aprovaram também o estado de mobilização contra os possíveis ataques do governo e da Embraer.
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