Carta de Conjuntura divulgada nesta segunda-feira (19) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que os jovens de 14 e 24 anos são os mais afetados pelo desemprego.
Enquanto a taxa total de desemprego alcançou 11,8% no terceiro trimestre deste ano no País, entre os jovens dessa faixa etária chegou esse índice chegou a 27,7%. Outro ponto abordado pela Carta do Ipea sinalizou que o desemprego também afeta mais os trabalhadores com ensino médio incompleto, onde a taxa de desemprego está em 21,4%.
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O Ipea afirmou ainda que, até meados de 2016, o aumento do desemprego, apesar de ter sido substancial, foi atenuado devido ao fato de muitas pessoas que ficaram desempregadas no período tornaram-se trabalhadores autônomos. Contudo, essa tendência se reverteu no terceiro trimestre de 2016, quando se observou uma queda dos ocupados por conta própria, acrescentou o Ipea.
Por outro lado, a queda do número de trabalhadores formais continuou no terceiro trimestre, embora em rimo mais lento. De acordo com o CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), entre julho e setembro deste ano, foram encerradas 168 mil vagas formais, além de outras 75 mil no mês de outubro.
Rendimento
Segundo o Ipea, o terceiro trimestre de 2016 não apresentou melhoras na evolução do rendimento médio do trabalho. A média de rendimentos ficou em R$ 2.017, o que representa R$ 50 a menos do observado no mesmo período de 2015. No entanto, no cálculo do trimestre encerrado em outubro deste ano, a média subiu ligeiramente ao atingir R$ 2.025.
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Subdividindo os trabalhadores em 10 faixas distintas de renda, o Ipea observou que o rendimento médio do grupo que se encontra na faixa mais baixa de renda apresentou uma expressiva recuperação, tanto na comparação interanual – em que apresentou crescimento de 17,6%, como na comparação do terceiro trimestre com o segundo, quando houve crescimento de 19,8%.
A queda da massa salarial vinha sendo puxada pelo setor formal, porém, neste terceiro trimestre, houve uma queda da massa salarial entre os conta própria de quase R$ 2 bilhões.
A análise do Ipea foi feita com base em microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc) e nos informes detalhados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
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