Brasil Econômico

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira (19), que trabalha com a expectativa de crescimento da economia nos primeiros três meses de 2017. Segundo ele, a pasta já prevê uma alta de 2% quando é realizada uma comparação entre o quarto trimestre do ano que vem e o quarto trimestre de 2016.

A estimativa do ministério foi anunciada após Henrique Meirelles  comentar a projeção de instituições financeiras de queda do Produto Interno Bruto (PIB) para 2017 . A expectativa de crescimento pelo Boletim Focus foi reduzida pela nona vez consecutiva, passando de 0,70% para 0,58%. O ministro, no entanto, acredita que o País passa por um momento com cada vez mais certeza de retomada da economia. 

Sexta queda consecutiva na projeção da inflação é considerada por Henrique Meirelles como uma
Wilson Dias/Agência Brasil
Sexta queda consecutiva na projeção da inflação é considerada por Henrique Meirelles como uma "evolução esperada"

"Mas é muito em função dessa queda pronunciada do PIB este ano, inclusive no quarto trimestre", ressaltou Meirelles, já que as projeções comparam a média para o próximo ano com a média de 2016. "E como [em] 2016 caiu muito, quando começar o crescimento de 2017, começará de uma base baixa".

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A sexta queda seguida na inflação projetada pelo mercado é considerada por Meirelles como uma "evolução esperada". As instituições financeiras passaram a adotar projeção dentro do limite da meta para este ano. As expectativas para Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caíram de 6,52% para 6,49%. A meta de inflação é 4,50% e o limite superior, de 6,50%.

"Temos uma evolução esperada, de um lado, a queda da inflação, resultado não só dos projetos de ajuste fiscal que colaboram na formação da expectativa de inflação, mas também do trabalho do Banco Central", lembra. "Tudo isso faz com que estejamos num processo continuado de convergência da inflação, da expectativa de inflação para a meta. Isso está dentro do esperado”, disse o ministro.

Crise política

O ministro da Fazenda disse ainda que as delações dos executivos da Odebrecht não afetarão o ajuste da economia brasileira. " É preciso separar as coisas: uma coisa são questões políticas ou investigações contra pessoas e outra coisa são as medidas de ajuste econômico, que vão possibilitar que o País saia da crise", disse.  "A agenda de ajuste econômico continua seguindo normalmente, e é nisso que temos que focar", afirmou.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, anunciou, nesta segunda-feira (19), que trabalhará durante o recesso da Corte  para analisar os 77 depoimentos de executivos da empreiteira que chegaram ao tribunal nesta manhã. As férias dos ministros começam hoje, e os trabalhos serão retomados na primeira semana de fevereiro.

Segundo Henrique Meirelles, é fundamental que o Congresso aprove as medidas de ajuste econômico e o Executivo apresente novas medidas. "A PEC que limita o crescimento dos gastos públicos foi aprovada em segundo turno no Senado, por grande maioria. As medidas de aumento da produtividade do Brasil, as chamadas medidas microeconômicas, que são fruto de um trabalho técnico, é algo que já vem sendo trabalhado há alguns meses. E foi lançado depois da aprovação da PEC”, disse o ministro.

* Com informações da Agência Brasil.

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