O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira (12), que o governo está preparando novas medidas econômicas a serem anunciadas ainda este ano. Sem dar mais detalhes, o representante do governo deu a declaração durante o almoço anual da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo.
De acordo com Henrique Meirelles , o governo analisa ações possíveis para que, "a partir da consolidação da trajetória de ajuste fiscal possamos trabalhar em uma agenda que vá aumentar a produtividade da economia brasileira". O objetivo, segundo o ministro, é adotar as medidas após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição do teto de gastos , que limita os gastos do governo à correção da inflação do ano anterior.
Para o ministro, à medida que os gastos do governo começarem a cair, atingindo padrões sustentáveis, a produtividade vai aumentar. Entretanto, para equilibrar a economia, seriam necessárias medidas complementares. "Isso vai permitir que a população invista, consuma e cresça", diz Meirelles. "O foco principal será o aumento da produtividade em todas as áreas visando tornar os processos das empresas mais ágeis, fáceis e seguros".
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Segundo Meirelles, a economia deve voltar a crescer no primeiro semestre de 2017, por conta da queda do Produto Interno Bruto registrada neste ano. "A comparação é contaminada por um ponto de partida muito baixo. Se medirmos o PIB do quarto trimestre de 2017 sobre o quarto trimeste de 2016, nossa previsão é de crescimento de 2,8%".
Expansão do crédito
O titular da Fazenda destacou ainda que o governo não estimulará o crédito como ocorreu nos últimos anos e não repetirá medidas que não tenham dado certo anteriormente, como subsídios e o que ele chamou de "estímulos artificiais que aumentam o déficit". "Uma das causas que estão fazendo a retomada demorar são justamente esses incentivos que foram dados para setores industriais para aumentarem muito sua capacidade, acima do que seria uma previsão realista", criticou.
Operação Lava Jato
Henrique Meirelles disse não acreditar que os vazamentos das delações premiadas da Operação Lava Jato possam atrapalhar o desempenho do pacote de medidas econôicas previstas pelo governo. "Do nosso ponto de vista, a agenda econômica segue normalmente", explica. "O mais importante é exatamente a aprovação da PEC que estabelece o teto para o crescimento das despesas públicas. A agenda econômica segue independente de dificuldades políticas".
* Com informações da Agência Brasil.