A presença de trabalhadores imigrantes no mercado de trabalho formal cresceu 131% em cinco anos, passando de 54.333, em 2010, para 125.535, em 31 de dezembro de 2015, segundo dados divulgados, nesta quarta-feira (7), pelo Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), parceria entre o Ministério do Trabalho e a Universidade de Brasília (UnB). Apesar do crescimento significativo, o número corresponde a menos de 0,5% da força de trabalho no mercado formal.
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O estudo aponta que, ao contrário do que ocorrou em países do Hemisfério Norte, onde a crise econômica afetou primeiramente os imigrantes , no Brasil, até os novos primeiros meses de 2015, o número de admissões de estrangeiros no mercado de trabalho formal superou o de demissões. Em 2015, o número de admitidos alcançou 54.086 e o de demitidos, 48.039. No entanto, entre outubro de 2015 e junho de 2016, os estrangeiros também passaram a ser afetados com a perda de empregos. No período, a movimentação de trabalhadores de outros países teve balanço negativo.
O professor da UnB e coordenador do OBMigra, Leonardo Cavalcanti, destaca que, "o desemprego não é homogêneo, mas a crise chegou com força também aos imigrantes". Segundo ele, é necessário elaborar políticas públicas de mobilidade laboral e geográfica para reinserir os trabalhadores estrangeiros no mercado. "Os imigrantes estão abertos a mudar de área. A construção civil empregava muita gente e passou a demitir", lembra.
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Em 2010, o estado de São Paulo empregava 48,5% dos trabalhadores estrangeiros. A capital paulista registrava 28,7% do total de profissionais de outras nacionalidades no Brasil. Em 2015, o estado perdeu importância relativa ao acolher 35,8% da força de trabalho imigrante. A cidade de São Paulo passou a empregar 20,3% do total de trabalhadores de outros países.
Perfil
Segundo a pesquisa, predomina uma população estangeira jovem, masculina e com nível de escolaridade médio e superior. Entre os grupos ocupacionais que tiveram um aumento significativo da presença de estrangeiros entre os anos de 2010 a 2015, estão os trabalhadores da produção de bens e serviços industriais e trabalhadores em serviços de reparação e manutenção.
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O maior incremento dos trabalhadores imigrantes ficou por conta dos haitianos, que passaram a ser a principal nacionalidade no mercado de trabalho formal desde 2013 e se mantêm nessa posição. O número de haitianos no mercado de trabalho formal passou de 815, em 2011, para 33.154, em 2015. O estudo também aponta que os trabalhadores portugueses, maioria até 2013, foram superados pelos haitianos, que em 2015 representavam 26,4% da força de trabalho imigrante no Brasil.
* Com informações da Agência Brasil.