Black Friday: volume de compra cresce, mas redes ainda enganam o consumidor
Mesmo com os mesmos erros das edições anteriores, às 8 horas nesta sexta-feira (25) o Ebit apurou queo número de pedidos passou dos 621 mil computados em 2015 para 763 mil na edição deste ano
Balanço parcial do Ebit apontou que das 20h da quinta-feira (24) até às 8h desta sexta-feira (25) foram vendidos R$ 519 milhões. A prévia representa que as vendas da Black Friday apresentaram crescimento 60% nas 12 horas analisadas pela entidade. O número de pedidos passou de 621 mil computados em 2015 para 763 mil na edição deste ano.
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Como em anos anteriores, as empresas resolveram antecipar as vendas e começaram a vender produtos promocionados durante toda semana. Outra estratégia foi começar a Black Friday ás 18h de quinta-feira e abrir as lojas com pelo menos 3 horas de antecedência nesta sexta-feira (25).
No Outlet Premium SP, local em que os produtos já são comercializados com desconto, abriu as portas às 8 horas (antes do convencional) e por meio de nota a empresa informou que às 7h30 consumidores faziam fila para entrar no local. O Outlet informou ainda que, os produtos mais procurados são “artigos esportivos (principalmente tênis), berloques (pingentes) e camisas sociais”.
A antecipação das promoções, segundo o Ebit, fez com que o varejo eletrônico faturasse R$ 354,9 milhões na véspera da data, o que representa alta de 236% na comparação com o mesmo dia de 2015. Em nota, o diretor de Operações da Ebit, André Dias, afirmou que a estimativa é que as vendas alcancem as projeções feitas pela entidade antes da data. “Caso sejam mantidas as promoções, a tendência é que a Black Friday 2016 atinja a previsão inicial da Ebit, que é de R$ 2,1 bilhões em faturamento somente nesta sexta-feira, alta de 30% ante o ano passado”.
Reclamações
Nova prévia do Procon-SP com balanço da Black Friday até ás 16h30 apontou que 368 consumidores reclamaram das empresas participantes do dia de promoção. Das queixas computadas, 21,89% foram de mudança de valor no fechamento da compra; 19,46% por produtos anunciados indisponíveis para venda; 16,49% por maquiagem de descontos. Outras 6,22% das reclamações referiam-se a pedido cancelado sem justificativa e 2,43% dos consumidores reclamaram de dificuldades para acessar o site de empresas participantes.
Ao que tudo indica, o consumidor aderiu em peso ao dia de desconto e mais uma vez as empresas falharam em tirar a má fama da data sazonal, que já é considerada a segundo melhor data em vendas ao varejo, perdendo apenas para o Natal. O Reclame Aqui divulgou o ranking com as empresas mais reclamadas neste ano.
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Em primeiro aparece o Kabum; seguido de Americanas.com; Submarino.com; Netshoes; Magazine Luiza (loja online); Extra; Walmart (loja online). Fast Shop; Ponto Frio e em 10º a Casas Bahia. No site do Reclame Aqui, até ás 12h foram feitas 1.179 queixas o que representou queda de 25% na comparação com 2015. A queda, no entanto, foi maior na madrugada, chegando a 36% entre 0h e 6h. Os três principais motivos de reclamações até às 12h desta Black Friday foram propaganda enganosa, divergência de valores e problemas na finalização da compra.
Mesmos erros do passado
Em nota, o Reclame Aqui afirmou que “pela grande diferença entre primeiro e segundo lugares, tudo indica que a Kabum! deve alcançar o "bicampeonato" de reclamações durante as 24 horas de Black Friday, assim como aconteceu em 2015”.
Em resposta o Kabum informou que reforçou os estoques e seu atendimento para que o consumidor pudesse ter uma Black Friday de verdade. “Compreendemos a frustração de quem não consegue comprar o item desejado, com o valor promocional. No entanto, a alta demanda e velocidade em que as ofertas são vendidas estão diretamente relacionadas ao compromisso do KaBuM! em oferecer um Black Friday de verdade. No Reclame Aqui, as solicitações feitas corresponderam a 0,2%, dos mais de 140 mil pedidos realizados nas primeiras 14 horas. Entre as reclamações, aproximadamente 97% delas se referiam às ofertas esgotadas, tendo em vista a alta demanda de clientes em busca das oportunidades oferecidas”.
Maquiagem de preços
O maior índice de reclamação foi em relação à maquiagem de preços dos produtos tidos como promocionais nesta edição da Black Friday. O Proteste, em seu monitoramento na data, encontrou pequenas diferenças de preços no site da Fnac. A câmera Canon PowerShot SX520 HS foi vendida R$ 979 no dia 12 de setembro e hoje está sendo ofertada a R$ 999. Uma diferença de R$ 20.
Em contraponto ao deslize na venda online a Fnac mostrou-se disposta, em sua loja física, a cobrir os preços dos concorrentes que só vendem online. “Monitorei por dois meses o preço do Zenfone 2 no Submarino.com e na Americanas.com. Hoje (25) passei na loja da Fnac na Paulista (SP) para ver o preço e perguntei ao vendedor se ele cobria o preço da Internet”, afirmou Monique Alves ao Brasil Econômico que se diz surpresa pela Fnac ter coberto a oferta.
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