O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou durante o Seminário Novos Desafios na América Latina, promovido pela Universidade do Chile, em Santiago, que a política econômica doméstica ampliou os efeitos da crise externa, com menor crescimento global e fim do ciclo das commodities.
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Segundo o presidente do BC houve um intervencionismo excessivo do governo, inclusive com congelamento preços, além do “choque permanente” da crise ter sido tratado como temporário.
Para Goldfajn consequências desse “intervencionismo excessivo” foram: maior recessão da história do Brasil; dívida pública em crescimento e a inflação alta. Goldfajn avaliou ainda que esse cenário foi agravado pela crise política existente no País e eventos não econômicos, termo usado pelo BC para se referir sobre os efeitos da Operação Lava Jato, que está em andamento.
Goldfajn ressaltou ainda que o governo atual de Michel Temer tem uma estratégia para fortalecer os fundamentos econômicos do País e recuperar a confiança. Para enfatizar essas estratégias, Goldfajn citou o limite de gastos públicos, as reformas sociais e previdenciárias e a tentativa de deixar a inflação baixa e estável.
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A meta de inflação perseguida pelo Banco Central é 4,5%. O limite máximo que a inflação pode chegar para se manter na meta é 6,5% este ano e 6% em 2017.
Produtividade
Ilan Goldfajn enfatizou a agenda do Brasil em melhorar a produtividade por meio da ampliação de investimentos em infraestrutura, melhoria da eficiência na intermediação financeira, além das reformas tributárias e do trabalho.
Para o presidente do BC, já há alguns sinais de melhora na confiança da indústria e de consumidores, na taxa de câmbio, em indicadores de mercado – como índice da bolsa de valores e taxa de juros –, na atividade econômica e na inflação.
Goldfajn finalizou sua apresentação durante o Seminário Novos Desafios na América Latina, promovido pela Universidade do Chile, enfatizando que o Banco Central se comprometeu a levar a inflação de volta para a meta e mantê-la estável. “Isso ajudará a economia brasileira a recuperar a confiança e o crescimento”.
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