Especialistas falam em cautela e que o consumidor evite dívidas de longo prazo
leo fontes
Especialistas falam em cautela e que o consumidor evite dívidas de longo prazo

A Caixa Econômica Federal anunciou a redução de 0,25% da taxa de juros para financiamento de imóvel novo ou usado, além de diminuir a cota mínima para financiamento de imóveis adquiridos por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

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Por mais que seja tentador aproveitar essa oportunidade para adquirir a tão sonhada casa própria, é necessário cautela ao fazer um financiamento de imóvel nesse momento. Essa é a opinião do sócio da Divisão de Auditoria e Consultoria da Gorioux Faro do Brasil, Fernando Segato Afonso.  “Tenho uma visão mais conservadora. Após a decisão do Copom em reduzir à taxa Selic, a redução dos juros para financiamento era uma consequência. Mas, isso não algo tão simples assim”, disse.

Para Afonso, o momento é de cautela, ainda mais para dívidas de longo prazo, já que o País ainda está em crise econômica. “Apesar da redução da taxa de juros e do preço dos imóveis, ainda não é o momento para fazer dívidas muito longas”, alertou o especialista.  

Para ele a redução de 0,25% ainda não é tão significativa e é possível que ocorram novas reduções, logo, cautela, pesquisa e analisar muito antes de fechar o negócio é a melhor medida neste momento. “Neste momento é válido para quem tem um valor significante de entrada, superior a 30% do valor do imóvel”, enfatizou. Para ele, o momento é ideal para quem tem mais de 70% do valor do imóvel pretendido e que fará o financiamento do imóvel em até 20 anos.

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Refinanciamento

O especialista Fernando Segato Afonso, afirmou que a redução da taxa de juros do financiamento imobiliário pode ser positivo para quem já adquiriu o imóvel, só que com taxa superior. “O consumidor pode refinanciar o seu imóvel. Basta ele levar a carteira ao banco corrente e tentar diminuir os juros que será pago até o final do financiamento. Poucos aproveitam isso e pode ser uma alternativa para quem está com parcelas e taxas mais altas que as atuais”, explicou.

Investir para progredir

A especialista em gestão de patrimônio familiar, Viviane Ferreira, também acredita que o momento é de prudência e de investir no mercado financeiro antes de comprar um imóvel. “As pessoas ficam desesperadas para comprar imóvel, pois querem fugir do aluguel. Mas elas passam a ter o aluguel do dinheiro com a obrigação do pagamento da parcela’, disse. Por mais que a redução da taxa seja tentadora, Viviane explicou que a contratação do financiamento do imóvel é cheio de taxas obrigatórias, como o seguro de vida. “Tudo isso encarece o valor”.

Viviane Ferreira, especialista em gestão de patrimônio familiar, afirma que é hora de investir e não financiar
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Viviane Ferreira, especialista em gestão de patrimônio familiar, afirma que é hora de investir e não financiar

Para ela, a tendência é que a taxa Selic continue em queda e que em três anos, possa atingir 10,5%. “É necessário conter a ansiedade e pensar em longo prazo. A taxa vai ficar mais atrativa e o preço dos imóveis também deve baixar. Ao economizar o consumidor pode até, em curto prazo, ter o valor para comprar o imóvel à vista”.

Para  Viviane, títulos do Tesouro Direto IPCA, podem ser uma boa alternativa para quem quer poupar. “Tem que ter disciplina financeira e estudar o mercado de investimentos para encontrar o investimento ideal”.

A especialista em gestão de patrimônio familiar explicou ainda que é colocar toda a família para uma boa conversar e organizar as finanças. ‘Todos devem estar juntos para isso. Traçar a meta que quer alcançar, verificar quanto pode guardar por mês (de preferência o valor de uma parcela se fosse financiar o imóvel) e colocar em prática”. A especialista falou que o 13º salário pode ser um bom momento para começar investir. “Se não tiver dívidas para pagar, pode ser bom investir o 13º salário”, concluiu ela.

Ficou interessado em financiar um imóvel novo ou usado, veja o que é necessário para conquistar a tão sonhada casa própria.

O primeiro passo é procurar uma instituição financeira. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal costumam ter taxas mais atrativas, ainda mais para quem quiser manter relacionamento (ter conta corrente, cartão de crédito e afins) com a instituição.  Os bancos privados também oferecem linhas de crédito imobiliário, logo, usar o simulador de crédito que são ferramentas abertas a todos os consumidores no site desses bancos, pode ajudar a ter uma ideia sobre as taxas.  

Encontrou o banco que ofereceu a menor taxa? Agora é a hora de entregar os documentos para que a instituição possa fazer a análise de crédito e a condição de pagamento. Documentos pessoais como o RG, CPF, certidão de nascimento ou casamento, comprovante de renda e a declaração de imposto de renda, caso declare, devem ser entregues ao banco.

Quem trabalha com carteira assinada deve levar os comprovantes emitidos pela empresa pagadora. Já quem é autônomo a forma de comprovação é diferente: extrato bancários que comprovem o rendimento mensal ou a Declaração Comprobatória de Recepção de Rendimentos (Decore), caso tenha um CNPJ vinculado ao seu nome, podem ser usados.

Documentos

Com os documentos entregues ao banco, os interessados no financiamento vão passar por uma análise de crédito. As instituições financeiras vão consultar a Serasa e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e analisar a capacidade de pagamento. A prestação do imóvel não pode ser superior a 30% da renda bruta familiar.

Nessa hora documentos do imóvel em que está interessado devem ser entregues ao banco também. Essa é responsabilidade dos atuais proprietários ou das construtoras, caso o imóvel seja novo.  Certidão Conjunta Negativa de Débitos relativos a Tributos Federais e Dívida Ativa da União ou Certidão Conjunta Positiva com Efeito de Negativa de Débitos relativos a Tributos Federais e Dívida Ativa da União, são exigidos pelos bancos.

Converse com o banco

Existem formas diferentes para a contratação de um financiamento.  Pode ser usado os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).  Para decidir qual sistema de crédito utilizar converse com o consultor do banco que está auxiliando na contratação do financiamento. Com ele você poderá tirar dívidas já que o FGTS e o SBPE têm limites e taxas distintas.

As construtoras também oferecem linhas de financiamento de imóvel, mas, depende de cada empresa. Se for optar por essa forma de financiamento, faça muita pesquisa e não compre por impulso. Ter o auxílio de um advogado antes de assinar qualquer contrato, também é dica valiosa nesse momento.      

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