Como acontece todos os anos, as festas de final de ano devem movimentar as vendas de varejo em todo o País, assim como no Estado de São Paulo. O movimento de retomada nas vendas deve, ainda, incentivar a maior geração de empregos temporários e, consequentemente, de renda.
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De acordo com uma projeção divulgada nesta terça-feira (11) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a contratação de trabalhadores temporários no fim do ano pode superar a do ano passado. A instituição espera que o varejo contrate 20 mil pessoas – enquanto, no ano passado, foram cerca de 15 mil vagas preenchidas.
Além disso, a FecomercioSP espera que pelo menos metade dos trabalhos temporários esteja concentrada no varejo de vestuário, tecidos e calçados; e outros 25% serão destinadas aos supermercados. Por fim, o restante das vagas deve ser dividido entre os segmentos de lojas de eletrodomésticos e eletrônicos, lojas de móveis e decoração e farmácias e perfumarias.
Indicadores de confiança
Depois de um primeiro semestre de resultados ruins, tanto nas vendas quanto na geração de empregos, a FecomercioSP acredita que a recuperação nos indicadores de confiança, seja dos consumidores ou dos empresários, cause influência positiva no comércio nas festas de fim de ano. Em julho, o varejo paulista alcançou o primeiro saldo positivo do ano com a criação de 401 postos de trabalho.
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Dessa maneira, mesmo que de forma tímida e gradual, a expectativa é de que a recuperação continue no próximo ano e, portanto, a organização pondera que a criação de vagas temporárias deve ser maior do que a observada em 2015. Além disso, segundo a entidade, as perspectivas mais positivas para a economia em 2017 apontam que pode acontecer a efetivação de alguns desses funcionários temporários.
Efetivação
Após as festas de final de ano, entre dezembro e janeiro, muitas dessas vagas são eliminadas e, portanto, nem todos os funcionários contratados de forma temporária são absorvidos pelas empresas. Por causa disso, historicamente, janeiro acaba sendo um mês no qual há maior eliminação de vagas formais no comércio varejista.
Até 2013, a soma dos saldos (positivos) de vagas de outubro e novembro e os saldos de dezembro (normalmente negativo) e janeiro do ano seguinte (negativo) era positiva (+2.203 vagas), indicando que muitos empregados temporários eram efetivados em suas funções.
Porém, o saldo acumulado entre outubro de 2014 e janeiro de 2015 foi negativo pela primeira vez na série histórica (-4.100), reflexo do desaquecimento das vendas do comércio e das perspectivas negativas que já se desenhavam para 2015.
E não parou por aí: esta realidade de saldo negativo acabou piorando entre outubro de 2015 e janeiro de 2016, praticamente sem efetivações, o que gerou saldo negativo de 19.669 trabalhadores.
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Isso aconteceu por que o cenário deteriorou-se significativamente em 2015, devido à inflação elevada, aos juros altos, à instabilidade política e ao rápido crescimento do desemprego, de acordo com a equipe econômica da FecomercioSP. Assim, a queda das receitas somada ao aumento dos custos e à falta de perspectiva de recuperação das vendas levou os empresários do comércio a reduzirem despesas, o que, em muitos casos, significou diminuição do quadro de funcionários no varejo
paulista.