Presidente do BC diz que não há cronograma preestabelecido para cortar juros

O presidente do BC também afirmou que a flexibilização da política monetária deve ser decidida nas reuniões do Copom. Veja o que ele disse

Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Quando combate a inflação alta, o BC atua em prol da recuperação da atividade econômica

A redução da taxa básica de juros, a Selic, não tem um cronograma preestabelecido, segundo afirmou o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, nesta terça-feira (04). De acordo com ele, qualquer decisão nesse sentido deve acontecer nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

O presidente do BC também afirmou que a flexibilização da política monetária deve ser decidida pelo Copom “com base na evolução da combinação de fatores e nas expectativas e projeções da inflação”. Goldfajn falou em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado .

Ilan Goldfajn voltou a afirmar que o Banco Central deve contribuir para a retomada do crescimento econômico através do controle da inflação do País, uma vez que a queda da inflação é uma das maneiras mais eficazes para diminuir as incertezas. Dessa maneira, acredita ele, as famílias e as empresas poderiam retomar o consumo.

O centro da meta de inflação está estabelecido em 4,5% ao ano. “Quando combate a inflação alta, o Banco Central atua em prol da recuperação da atividade econômica. Permitir inflação mais alta não contribuirá para o crescimento sustentável”, defendeu.

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“A evolução dos preços evidencia processo de desinflação em curso e as perspectivas são de continuidade desse processo nos próximos trimestres. No entanto, a velocidade da desinflação permanece incerta”, afirmou Goldfajn. “As expectativas de inflação no mercado convergiram para 4,5% [ao ano] a partir de 2018. Para 2017, a mediana dessas expectativas [de inflação] se encontra em 5,1%”, completou.

Congresso

Além disso, o presidente do BC lembrou que a aprovação do Congresso Nacional é necessária para que haja os ajustes nas contas públicas e aconteçam as reformas fiscais. Goldfajn destacou que, dessa maneira, o País pode resgatar a confiança dos investidores, reduzindo os juros básicos e, enfim, retomando a economia.

Entenda

Quando o Copom  reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação. Quando mantém a taxa, fica entendido que os ajustes anteriores foram suficientes para alcançar o objetivo de controlar a inflação. Desde julho de 2015, os juros básicos estão em 14,25% ao ano, no maior nível desde outubro de 2006 .

O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, utilizada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.