Hoje em dia, as pessoas precisam estar vinculadas a um banco, geralmente, um grande banco de varejo, mesmo que seja para abrir uma conta-salário. Por causa da segurança emocional na instituição ou do desconhecimento de que é possível investir através de corretoras, assessorias de investimentos e bancos menores, que oferecem produtos mais rentáveis, muitos brasileiros acabam aceitando produtos de investimento que nem sempre são os melhores disponíveis no mercado. Conheça 10 pegadinhas dos bancos que prejudicam o investidor, de acordo com o diretor de operações da assessoria de investimentos FN Capital Paulo Figueiredo.
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1) Oferecer título de capitalização como investimento
O título de capitalização nada mais é do que uma loteria, onde o cliente recebe o valor no final do prazo. Este produto jamais poderia ser oferecido como investimento , explica Figueiredo.
2) Informar que o único investimento seguro é a poupança
O fundo garantidor de crédito (FGC) garante até R$ 250 mil por CPF e por instituição de diversos tipos de investimentos. CDB, LCI, LCA e a própria poupança são produtos cobertos por esse fundo, ou seja, há alternativas muito mais rentáveis e tão seguras quanto.
3) Gerente não recomenda diversificar
Cada investidor possui um perfil diferente e isso faz com que não haja fórmula para investimentos. Cada investidor deve ser único. E, em todos os casos, deve diversificar os investimentos. Ou seja, muitas vezes, as metas de captação ou campanhas para um determinado produto fazem com que o gerente direcione os investimentos de todos para aquele produto, ignorando o perfil do cliente e a diversificação necessária.
4) Ocultar a taxa de administração dos fundos
A maior parte dos clientes não sabe qual é a taxa de administração dos fundos onde seus recursos estão aplicados. Essa taxa influencia diretamente na rentabilidade do fundo, pois é um custo que incide direto no valor aplicado. Muitas vezes, o funcionário do banco mostra apenas a rentabilidade e compara esta com a poupança. Não explica o que é inflação, taxa de administração e a incidência de Imposto de Renda sobre os lucros.
5) Previdência Privada como solução para a aposentadoria
A previdência privada é um produto que atende um público muito exclusivo, pois o benefício se aplica para quem faz a declaração de IR completa e, com a previdência, pode deduzir até 12% do rendimento tributável. Porém, é necessário ficar muito atento, pois, assim como no item acima, as taxas nem sempre são explícitas. Na previdência privada, além da taxa de administração, também incide taxa de carregamento. Muito frequentemente, este investimento não compensa quando o investidor faz os cálculos.
6) Não explicar o que é CDI
O CDI é muito usado como parâmetro sobre o rendimento de aplicações de renda fixa. Sem saber quanto vale o CDI, muitos clientes não entendem qual é a real rentabilidade de determinados investimentos. O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é a taxa praticada nos empréstimos feitos entre os bancos. A taxa média diária do CDI é usada como referência para o custo do dinheiro (juros), por isso ela varia conforme a expectativa de crescimento ou redução da taxa Selic.
7) Venda casada
A venda casada ocorre quando a instituição vincula a venda de um produto à compra de outro. Segundo o Código de Defesa do Consumidor, essa prática é proibida, mas isso não tem impedido que alguns bancos condicionem a concessão de um empréstimo ou financiamento à compra de um título de capitalização ou seguro, por exemplo.
Acontece a mesma coisa com os investimentos. O gerente consegue negociar a rentabilidade do CDB ou um cartão de crédito com limite maior se o cliente comprar um título de capitalização ou fechar um seguro.
8) Alegar que os bancos grandes entregam a melhor rentabilidade para o CDB
Nem sempre a aplicação em CDBs diretamente com os bancos que emitem os títulos é a melhor opção. Corretoras, assessorias de investimento e gestoras podem conseguir negociar taxas maiores para seus clientes. É comum um banco de menor porte oferecer taxas de retorno de até 140% do CDI. Até R$ 250 mil o valor está coberto.
9) Omitir a taxa de performance
Em alguns fundos de investimento, existe a chamada taxa de performance, cobrada quando o fundo alcança um indicador escolhido como parâmetro, o chamado benchmark. A taxa de juros CDI e o Ibovespa são exemplos de benchmark. Assim, todo o rendimento que exceder esse parâmetro sofrerá a taxação. Ocorre que algumas instituições não informam que existe esta taxa ou como ela funciona.
10) Dizer que instituições menores não têm garantia
Produtos com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), como a poupança, o CDB e a LCI, têm a mesma garantia, tanto para a instituição financeira grande quanto para a instituição financeira pequena. Em caso de quebra da instituição, o FGC reembolsa os prejuízos até um limite de R$ 250 mil, por CPF, por instituição financeira.