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Diminuição do poder de compra da população vem causando dificuldades e cortes no setor varejista brasileiro

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê que o saldo entre trabalhadores admitidos e demitidos no varejo deve ficar negativo em 230 mil postos em 2016, o que representa uma retração de 3% na força de trabalho no setor em relação a 2015. Se a projeção se confirmar, será o pior resultado em mais de uma década.

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Apesar da magnitude no corte de vagas, a projeção da entidade melhorou: em maio, a expectativa era de que fossem eliminados 279 mil postos de trabalho no comércio varejista no ano. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), calculados pelo Ministério do Trabalho, mostram uma redução no saldo entre admitidos e demitidos no setor: foram 15,2 mil postos de trabalho perdidos em julho, ante 27,9 mil vagas fechadas em junho.

A demissão de 250,6 mil trabalhadores em julho foi a menor queda no volume de ocupados desde novembro de 2009, quando o total de desligamentos foi de 239,5 mil.

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No acumulado dos últimos 12 meses, 3,52 milhões de pessoas foram dispensadas no comércio, o menor montante desde dezembro de 2010 quando foi registrada uma redução de 3,50 milhões de empregos. O dado sugere que boa parte do ajuste no quadro de funcionários das empresas pode já ter sido realizado, embora as quedas recordes no volume de vendas nos últimos anos venha impedido o aumento das contratações. Nos 12 meses encerrados em julho de 2016, houve a criação de 3,27 milhões de vagas contra os 4,28 milhões registrados no mesmo período do ano passado.

Confiança precisa voltar

Em nota oficial, a CNC comenta que a confiança do comércio é o principal fator para que o setor volte a crescer. "A confiança do comércio tem aumentado nos últimos meses, mas ela ainda evidencia um pessimismo no setor. Essa confiança é o principal obstáculo à retomada das contratações e só vai se recuperar realmente quando os fatores que afetam o consumo, como o acesso ao crédito, se combinarem de forma mais favorável", afirmou o economista da CNC Fabio Bentes, em nota oficial.

A queda de emprego no varejo é mais alta nos ramos de móveis e eletrodomésticos (-9,1%), livrarias e papelarias (-6%) e comércio automotivo (-5,9%). Esses segmentos também são os que mais se destacam negativamente em termos de volume de vendas: -15,7%, -15,5% e -17,1%, respectivamente.

Em números absolutos, o segmento de vestuário e calçados, foi o que teve maior redução, ao cortar 59,9 mil vagas. Responsável por 13% da força de trabalho no varejo, esse setor registrou, nos últimos 12 meses, queda de 11,3% nas vendas. Por outro lado, os segmentos de hiper e supermercados e de farmácias e perfumarias ainda têm gerado vagas nos últimos meses, com 7,5 mil e 13,6 mil postos criados, respectivamente.

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