A necessidade de usar o 13º da aposentadoria para pagar dívidas é um sinal de alerta, que indica gastos altos
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A necessidade de usar o 13º da aposentadoria para pagar dívidas é um sinal de alerta, que indica gastos altos

Os aposentados e pensionistas pelo Instituto Nacional do Seguro Social vão receber, entre os dias 25 de agosto e 8 de setembro, a primeira parcela do 13º salário, que pode corresponder a até 50% do valor do benefício da aposentadoria.  Assim, com o dinheiro extra em mãos, muitos beneficiados podem se perguntar sobre qual o melhor destino – se é quitar dívidas, poupar ou consumir.  

É certo que uma renda extra no bolso é algo ótimo para todo mundo, mas, com educação financeira este dinheiro da aposentadoria pode ser encaminhado para o destino certo (e na hora certa!). Saber o que fazer com o 13º salário é uma preocupação urgente, já que a injeção de dinheiro feita pelo INSS aquece a economia e, por isso mesmo, é necessário que os beneficiados saibam a melhor forma de usar o valor.

A fim de tirar todas as dúvidas, o Brasil Econômico traz dicas de especialistas da DSOP Educação Financeira e do Educador financeiro e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos.

Segundo os especialistas consultados, no plano ideal, o dinheiro extra não deveria ser utilizado para quitar dívidas e nem para fazer novas compras. Isso porque o correto é que a pessoa pague as contas com o orçamento normal, não dependendo de valores extras. Afinal, os compromissos financeiros precisam ser honrados mês a mês, conforme planejamento inicial e, desse modo, a expectativa em usar o 13º para pagar dívidas é um sinal de alerta, que indica que a soma dos compromissos financeiros está alta (ou mais alta do que deveria) e que há risco de entrar na inadimplência.

Desse modo, ainda em planos ideais, os educadores financeiros indicam que o valor seja destinado para investimentos, poupança e realização de sonhos.

Diagnóstico financeiro

Mas, a gente sabe, muitas pessoas não têm tanto controle das finanças – além de estarmos em meio a uma crise econômica no País. Neste cenário, o melhor a se fazer é, primeiramente, saber qual a sua situação financeira real para, então, decidir como agir. Para tanto, é preciso fazer um diagnóstico financeiro, que começa com a anotação de todos os gastos ao longo de um mês, pelo menos, podendo ser do último, por exemplo.

“Você pode anotar os gastos separando-os em categorias, como alimentação, combustível, vestuário etc. Dessa forma, o beneficiado pode ver exatamente como está gastando cada centavo do seu dinheiro e onde há excessos para diminuir ou cortar, se for o caso”, explica Domingos.

Depois disso, você descobrirá se é endividado, equilibrado ou investidor – podendo, finalmente, decidir o destino do dinheiro extra à aposentadoria.

Endividados e/ou inadimplentes

Se estiver endividado ou inadimplente, ou seja, com dívidas em atraso, a primeira orientação é não se apressar em usar o 13º para quitá-las. Segura um pouco a ansiedade! Antes de sair pagando os débitos, você deve elaborar uma estratégia para sair dessa situação, identificando todos os compromissos financeiros: saiba, exatamente, o que, quanto e para quem você deve. Coloque tudo em um papel. Somente dessa forma saberá quais serão suas prioridades – considere primeiro as dívidas básicas, como água, aluguel e luz, e as com maiores juros, como cheque especial e cartão de crédito.

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Considerando as dívidas que são mais urgentes, aí você deverá negociar e renegociar com o credor para conseguir descontos e/ou melhores condições de pagamento. Nessa fase, os especialistas dão algumas orientações importantes: além da primeira parcela do 13º, tente poupar uma quantia mensalmente para ter sucesso na negociação. Também vale ficar atento nas taxas de juros, que não devem passar de 2,5% ao mês. E, por fim, se for parcelar o pagamento da dívida negociada, tenha certeza de que as parcelas caberão em seu orçamento mensal.

Depois de tudo isso, aí sim você poderá quitar sua dívida com a parcela do 13º salário.

Equilibrados

Os que estão equilibrados são aqueles que não possuem dívidas, mas também não conseguem poupar. Aliás, se você se encaixa nesse grupo, fique bastante atento! Afinal, pode até parecer que tem controle sob tudo... Mas, com algum imprevisto, pode ser que seu status mude e, de repente, esteja endividado.

A dica aqui é que você considere fazer uma reserva financeira, para onde destinará parte dessa primeira parcela do 13º salário e de outros benefícios vindouros da aposentadoria. Lembre-se de que o hábito de poupar nos encoraja e possibilita a conquista de algo que realmente desejamos, desde uma casa, um carro, uma viagem, um curso de especialização até para situações inesperadas. Essas reservas para emergências são capazes de nos tornar mais tranquilos e felizes em cenários de mudança financeira.  

Investidores

Para aqueles que têm o perfil de investidor, mesmo que iniciantes, a opção mais indicada nesse momento é continuar poupando. A dica aqui é que você invista parte da quantia recebida do 13º salário, ficando livre para utilizar a outra parte em uma viagem ou compra mais cara.

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Mas, lembre-se de que, independente de como esteja poupando/rendendo suas economias, tenha sempre em mente um objetivo para o investimento. Afinal, caso isso não ocorra, os valores investidos serão alvos fáceis para exposições publicitárias. Dinheiro sem objetivo é dinheiro perdido, causando o descontrole das finanças.

 A todos

Olhando de maneira generalizada, independentemente de seu perfil e situação financeira, você pode aproveitar este momento para estabelecer sonhos futuros. Pense na poupança e de como poderá conquistar objetivos em curto prazo (em até um ano), em médio (entre um e dez anos) e em longo prazo (até 10 anos). Aproveite que vai receber um dinheiro extra e busque saber quanto custará para conquistar cada uma dessas metas, já definindo o quanto será preciso poupar mensalmente para realizá-los.

Invista o valor poupado de acordo com o tipo de sonho que deseja realizar. Para sonhos de curto prazo, a poupança é bastante indicada. Para sonhos de médio prazo, CDB, LCI e LCA são interessantes. Para sonhos de longo prazo, considere a previdência privada, por exemplo. Os rendimentos variam de acordo com o tempo em que o dinheiro fica investido.

Além disso, os especialistas orientam a todos que recebem o benefício de pensão e aposentadoria , que eliminem gastos desnecessários e supérfluos, preferindo pagar à vista para conseguir descontos e direcionar os valores economizados para a poupança dos sonhos. Além de ser uma pessoa realizada, assim você também terá boa saúde financeira, baseada em hábitos de consumo sustentáveis. 

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