MEIs paulistas têm queda de 20,8% no faturamento do 1º semestre de 2016

O mês de junho trouxe o 11º recuo seguido na comparação de um mês com o mesmo mês do ano anterior. No estudo, as MPEs mostraram queda de 13,2%

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O MEI é enquadrado no Simples Nacional, assim o empresário fica isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL)

A pesquisa mensal Indicadores do Sebrae-SP anunciada nesta segunda-feira (15) mostra que o primeiro semestre foi ruim para os Microempreendedores Individuais (MEIs) paulistas, já que a categoria registrou queda de 20,8% no faturamento em relação ao acumulado nos primeiros 6 meses de 2015.

Segundo o levantamento, a receita total dos  MEI s no período somou R$ 14,3 bilhões, o que significa R$ 3,8 bilhões a menos do que no acumulado de janeiro a junho do ano anterior. Entre as categorias dos microempreendedores , os do comércio foram os maiores prejudicados, com queda na receita de 22,5% no faturamento – seguidos pelos de serviços, com recuo de 18,2% no período.

Já em relação aos locais, os MEIs da Região Metropolitana de São Paulo foram os que mais sofreram e tiveram perda de 23,9% no faturamento, na comparação do primeiro semestre deste ano em comparação ao ano passado. Aqueles que estão presentes no interior viram seu resultado recuar 16,9% em igual comparação.

Dessa maneira, é possível que o desempenho superior de culturas agrícolas importantes pode ter contribuído para movimentar a economia da região e minimizar o insucesso dos MEIs do interior.

Com dados do mês de junho, o Sebrae encontrou uma queda de receita dos MEIs de 7,8% sobre junho de 2015, o que caracteriza nada menos que o 11º recuo seguido na comparação de um mês como o mesmo mês do ano anterior. Por outro lado, os recuos têm ficado menos acentuados nos últimos meses.

MPEs

O estudo do Sebrae-SP também trouxe dados sobre as micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas no primeiro semestre de 2016. Assim como no caso das MEIs, o período foi de queda. Segundo a pesquisa, houve redução de 13,2% no faturamento acumulado no período em comparação com os primeiros seis meses de 2015, já descontada a inflação.

Esta é a maior taxa de recuo para um primeiro semestre em relação a igual intervalo do ano anterior desde 2002, quando as MPEs registraram recuo de 17,9% ante os seis meses iniciais de 2001.

No período, as micro e pequenas empresas registraram faturamento de R$ 275,3 bilhões, um número ligeiramente maior do que a registrada no primeiro semestre de 2009, ano da crise financeira internacional.

De acordo com o Sebrae, os números são reflexo do fraco desempenho da economia brasileira, com crescimento do desemprego, diminuição do rendimento real dos trabalhadores e confiança em níveis baixos históricos – o que reduziu o consumo e, consequentemente, os ganhos das MPEs. 

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Em relação aos setores de MPEs, todos tiveram redução de receita superior a dois dígitos no primeiro semestre. O mais prejudicado foi o da indústria, com queda de 15,3% no faturamento, seguido do setor de serviços, com 14,7% e o comércio, com 11,2%. 

Por regiões, a queda também foi generalizada. No confronto do primeiro semestre deste ano com o acumulado de janeiro a junho de 2015, o faturamento das MPEs da Região Metropolitana de São Paulo sofreu a maior baixa, de 15,3%.

Já na cidade de São Paulo, o estudo encontrou uma retração de 14,6%. Na região do Grande ABC, o recuo ficou em 14,5%. Finalmente, no interior do Estado a diminuição no indicador atingiu 10,9%, relativamente menos acentuada que nas outras regiões. Possivelmente o melhor desempenho de algumas culturas agrícolas relevantes, contribuiu para uma maior circulação de renda nesta região.

Ao observar o faturamento do mês de junho, o Sebrae-SP encontrou uma queda de faturamento das MPEs em 11,4%, em comparação ao mesmo mês de 2015. A indústria liderou a queda, -14%, seguida por serviços, -11%, e comércio, -10,8%.

“O mercado ainda enfraquecido retarda a retomada do consumo. Somente a partir da recuperação da economia é que os pequenos negócios vão conseguir se fortalecer”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.

Empregos e salários

A pesquisa revelada nesta segunda-feira também mostra resultados relacionados aos números de empregos e salários no Estado. Segundo o Sebrae, de janeiro a junho de 2016, houve redução de 2,6% no pessoal ocupado nas MPEs (caracterizado por sócios-proprietários, familiares, empregados e terceirizados) ante o primeiro semestre de 2015.

Neste mesmo intervalo de tempo, a folha de salários encolheu 5,3% e o rendimento dos empregados ficou 0,2% menor, já descontada a inflação.

Futuro do MEI e MPE

Para os próximos seis meses, 58% dos donos de MPEs afirmaram, em julho de 2016, esperar estabilidade no faturamento, praticamente a mesma proporção dos que tinham essa expectativa em julho de 2015, quando 57% deram a mesma resposta.

Em relação à economia, a expectativa positiva aumentou entre os entrevistados: agora são 29% ante os 12% encontrados no ano anterior. Aqueles que acreditam que a economia vai piorar também diminuíram: eram 44% em julho do ano passado e, agora, são 15%.

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A mesma expectativa foi observada nos proprietários das MEIs: houve aumento daqueles que acreditam em melhora: são 39% agora, contra 25% de julho de 2015. Também caiu o número dos que preveem piora na economia brasileira, sendo de 47% em julho de 2015 e 16% agora.

Para o próximo semestre, 48% dos MEIs acreditam em melhora em relação ao faturamento, o que significa um aumento de seis pontos porcentuais em relação aos 42% que tinham essa opinião em julho de 2015.

A pesquisa

A pesquisa Indicadores Sebrae-SP foi realizada com apoio da Fundação Seade. Foram entrevistados 1,7 mil proprietários de MPEs e 1 mil MEIs do Estado de São Paulo durante o mês de referência.

No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões.

Os MEI s são concomo os empreendedores registrados sob essa figura jurídica, conforme atividades permitidas pela Lei 128/2008. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE.