Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (25) revela que o número de empresas inadimplentes no Brasil teve alta de 12,3% em junho em comparação ao mesmo mês do ano passado. O estudo é realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Já na comparação com maio deste ano, os números foram um pouco mais positivos, já que mostra a queda de 0,71% do número de inadimplência entre as empresas do País. E ssa tendência também é encontrada em relação à alta anual , que foi de 15,55%. Com queda de 0,69% no mês de junho.
Segundo afirmou o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, ao Estadão Conteúdo, nos últimos meses, o número de empresas devedoras e o número de pendências ligadas a estas empresas seguem em crescimento moderado. Afinal, os dois indicadores têm mostrado desaceleração desde março do ano passado. Contudo, ele lembra que as taxas de crescimento da inadimplência de pessoas jurídicas ainda são bastante expressivas, refletindo as dificuldades econômicas no Brasil.
Sobre as causas da inadimplência, o presidente da CNDL apontou o aumento do desemprego, a inflação em patamares elevados e a baixa confiança dos consumidores e empresários como agentes que atingem os números de maneira negativa, diminuindo a capacidade de pagamento das empresas.
Ao analisar os dados, a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, também ao Estadão, afirmou que o aumento da taxa de inadimplência nos anos de 2015 e 2016 mostra o quanto a recessão afetou o faturamento das empresas, além do impacto nas famílias brasileiras.
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Entre as quatro regiões analisadas, o Nordeste foi a que apresentou a maior variação do número de empresas com o CNPJ nas listas de negativados: um avanço anual de 14,31%. No Centro-Oeste, a inadimplência de pessoas jurídicas também registrou forte avanço, crescendo 12,69% na comparação entre junho e o mesmo mês do ano anterior. As regiões Sul e Norte apresentaram variações menores do número de devedores: 10,66% e 10,05%, respectivamente.
Já na variação mensal, a maior queda foi registrada no Norte (-1,67%), seguido do Sul (-0,86%), Centro-Oeste (-0,52%) e Nordeste (-0,40%). A região Sudeste não foi considerada devido à Lei Estadual nº 15.659 que vigora no Estado de São Paulo e dificulta a negativação de pessoas físicas e jurídicas no Estado.
Considerando-se a inadimplência nos setores econômicos, o maior avanço interanual entre os devedores em junho se deu em Serviços (+14,98%), seguido da Indústria (12,35%), Comércio (12,22%) e Agricultura (7,13%).
*Com informações do Estadão Conteúdo e Agência Brasil