O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o presidente em exercício, Michel Temer, vê a redução da taxa básica de juros (Selic) com bons olhos. "São os economistas que estão dizendo que o juro vai cair. O presidente vê com bons olhos, mas a palavra final é do Banco Central" ressaltou o ministro na primeira reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) presidida pelo novo presidente do BC, Ilan Goldfajn, nesta quarta-feira (20).
Segundo Padilha, Temer não é o único a apostar na redução da taxa Selic . Os próprios economistas estariam apostando na queda de juros ainda este ano. "Também isso agrada o presidente e ele vê com bons olhos, mas teremos que respeitar a autonomia do Banco Central", disse.
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De acordo com o Relatório de Mercado Focus divulgado pelo BC na segunda-feira (18), a estimativa do setor é reduzir a Selic a partir de outubro, chegando ao final de 2016 em 13,25% ao ano. Na reunião da Copom, entretanto, a expectativa unânime é pela manutenção da taxa de juros em 14,25% ao ano. Em 2017, a expectativa é de mais cortes na taxa Selic, que encerrá o período em 11% ao ano.
Padilha afirmou que a Caixa Econômica Federal sinalizou que pretende trabalhar para derrubar os juros. "O que seria um sinal do governo, a Caixa já deu resposta", disse. O ministro também esclareceu que o governo vê os sinais de recuperação da economia com cautela. "Sinais estimulam o governo para que prossiga no rumo, com responsabilidade e sem ufanismo, não está nada resolvido. Começamos a resolver, a andar, mas temos a certeza de que estamos no rumo certo", disse.
Contingenciamento
O ministro ressaltou que a equipe econômica não trabalha com a possibilidade de novo contingenciamento. "O governo trabalha nos seus limites mínimos, mas, por certo, temos gorduras em determinadas áreas em que pretendemos incrementar os trabalhos, fazer mais com menos. Isso seria fundamental para que não tivéssemos novos contingenciamentos. O governo esgotará todas as alternativas para não haja contingenciamento", disse.
O governo Temer trabalha com estimativa de déficit primário de R$ 170,5 bilhões para 2016. A projeção supera o déficit de R$ 96,7 bilhões informado em março pela equipe econômica da presidenta afastada Dilma Rousseff.
Reformas
Padilha afirmou que o governo espera aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos ainda em 2016, além de outras reformas. "O governo tem que aprovar este ano o teto [para gastos públicos], o governo quer este ano aprovar a reforma da Previdência, em primeiro lugar, a reforma trabalhista , a reforma fiscal e, por último, uma reforma na prestação de serviço eficaz do Estado", acrescentou Padilha.
Segundo o ministro, a reforma política também não foi excluída da agenda do governo Temer. "São temas que já estão no Congresso Nacional. Não se pensa em uma grande reforma em nenhum dos temas. As reformas serão tópicas para que seja viável a aprovação este ano. Vamos trabalhar no que seja possível e que dê resposta imediata à sociedade brasileira", completou.
* Com informações da Agência Brasil e Estadão Conteúdo.