A JBS, empresa de processamento de carne bovina, ovina e de aves, cancelou suas atividades no frigorífico da cidade de Presidente Epitácio, interior do Estado de São Paulo, demitindo 500 empregados. Na unidade, estavam trabalhando um total de 795 funcionários na fábrica que realizava o processo de desossa da carne.
Os empregados que não foram desligados serão transferidos para outras unidades da empresa, que é líder mundial no processamento de carnes . Segundo informou em nota à imprensa, a JBS afirmou que fará “todos os esforços possíveis para manter o funcionamento da planta, adiando o encerramento por um mês”. O frigorífico estaria aguardando o posicionamento do governo do Estado de São Paulo sobre novas regras tributárias, mas não obteve retorno até a manhã desta quarta-feira (20).
Segundo a JBS, a publicação do Decreto 61.907, de 2016, que mudou as regras tributárias para produtoras de carne, acabou inviabilizando “a manutenção das atividades no local”.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo afirmou que está conversando com frigoríficos e produtores de carne para que haja o regime especial de tributação, que teria como objetivo diminuir efeitos maléficos da guerra fiscal entre os Estados do País, viabilizando, dessa maneira, condições para operações das empresas.
Para a Agência Brasil, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Presidente Prudente e Região, Roberto Moreira, afirmou que a JBS já marcou a homologação da demissão dos 500 funcionários de Presidente Epitácio para os dias 27 e 28 deste mês. De acordo com Moreira, o fechamento da unidade terá forte impacto para a economia da cidade interiorana.
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“A cidade vai dar ‘uma quebrada’. É uma cidade turística, mas a empresa é sua principal renda. O comércio vai começar a sentir. É um impacto não só para a cidade, mas para a região. Pessoas de outras cidades trabalhavam lá”, disse Moreira.
Ainda segundo o sindicato, a JBS gerava 2,4 mil empregos indiretos. “É uma briga entre empresa e governo e quem acabou pagando o pato foram os trabalhadores”, concluiu.