O ministro das Relações Exteriores , José Serra, ressaltou nesta segunda-feira (20), a importância da ampliação das relações comerciais entre a China e o Brasil . Maior parceiro comercial do País, a nação asiática deveria ter, segundo Serra, uma área dedicada dentro do Itamaraty.

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Jessika Lima/AIG-MRE
Serra destacou a importância da ampliação das relações comerciais do Brasil com a China

"A China hoje é o nosso principal parceiro comercial. É importante a questão do reconhecimento do mercado. Mas o mundo inteiro está na expectativa desse assunto e o Brasil vai agir como observador e seguir a média mundial nessa matéria", disse o ministro a empresários, em reunião realizada na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O protocolo de acessão da China à OMC , que foi firmado em 11 de dezembro de 2001, vence neste ano e os países-membros do órgão estão discutindo se todos são obrigados a adotar o reconhecimento do país como economia de mercado.

O chanceler acredita que o Itamaraty deveria ter uma área dedicada especificamente à China. "Temos que ter posições avançadas em relação à China e queremos também ter ajuda dos empresários", declarou. " (Ter uma) agência do BNDES e escritório da Apex na China também seria muito bom", disse.

Serra ainda comentou que não haverá expansão de exportação de bens manufaturados nacionais se não houver avanço em termos de garantir seguro a esses produtos. E, ao mesmo tempo, salientou que o Brasil não deve ter preconceito em exportar produto primário.

Na reunião ocorrida na Fiesp, o ministério das Relações Exteriores assinou um memorando de entendimentos com a entidade para colaboração na área de promoção e inteligência comercial. "O que vim fazer hoje é apenas a pregação de uma aliança", declarou, sugerindo que o canal direto da pasta com a Fiesp e os empresários seja via o embaixador Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da entidade.

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Elogios

Serra afirmou que há uma inversão de expectativas dos agentes sobre a economia brasileira, o que ajuda no avanço da tomada de medidas para a recuperação da economia. O chanceler elogiou o governo do presidente em exercício, Michel Temer , falando que ele tem demonstrado ter mais apoio no Congresso do que a presidente afastada, Dilma Rousseff.

"Ele tem maior apoio no Congresso, até pela sua experiência pessoal. Já foram aprovadas coisas importantes, como a meta fiscal e a DRU ( Desvinculação de Receitas da União) . Sabemos que um dos fatores de fragilização do governo Dilma foi a falta de apoio no Congresso, começando pelo seu próprio partido na Casa", declarou Serra.

Segundo ele, a equipe econômica também está se mostrando um fator de credibilidade, o que ajuda na retomada da confiança. "Cito alguns nomes, como Pedro Parente, como novo presidente da Petrobras; Maria Silvia Bastos, no comando do BNDES; e Ilan Goldfajn, no Banco Central. O segundo alto escalão teve efeito muito positivo no mercado. Estão fazendo milagres? Não, mas abre expectativas", falou.

Sobre o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, Serra comentou que ele "está fazendo um bom desempenho ao lidar com expectativas e ao abrir uma política econômica mais serena". "E isso também tem ajudado na reversão de expectativas dos agentes. Mas não vamos fazer mágica. É preciso também que o gasto privado esteja se movimentando para cima", destacou.

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