A produção industrial subiu 0,1% em abril ante março, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta quinta-feira (2), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam desde uma queda de 1,50% a expansão de 0,40%, com mediana negativa de 0,90%.

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Imagem de Arquivo/Agência Brasil
Indústria registrou avanço na produção em 11 dos 24 ramos pesquisados, com destaque para os setores de produtos alimentícios e de derivados do petróleo e biocombustíveis

Em relação a abril de 2015, a produção caiu 7,2%. Nesta comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de retração de 10,52% a 6,10%, com mediana negativa de 8,70%. No ano, a produção da indústria acumula queda de 10,5%. Em 12 meses, o recuo é de 9,6%.

Entretanto, a indústria registrou avanço na produção em 11 dos 24 ramos pesquisados na passagem de março para abril. Entre os setores, os principais impactos positivos foram os aumentos registrados por produtos alimentícios (4,6%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,0%).

O setor de alimentos apontou a segunda alta consecutiva, acumulando nesse período um crescimento de 10,9%. Já o de biocombustíveis conseguiu eliminar parte do recuo de 6,7% verificado em março.

O resultado de ambos em abril foi impulsionado pela antecipação da moagem da cana-de-açúcar, que beneficiou tanto a produção de açúcar quanto a de álcool.

"Houve melhora das condições climáticas, um clima mais seco na região Centro-Sul. Esses produtos têm comportamento mais positivo em relação não apenas a março mas também em relação a abril de 2015. Teve antecipação da safra de cana, ela começou a ser processada antes", justificou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

Os dois segmentos tiveram influência importante para explicar a ligeira alta de 0,1% na indústria em abril ante março, ressaltou Macedo. Mas outras contribuições positivas importantes foram das indústrias extrativas (1,3%), celulose, papel e produtos de papel (2,7%), máquinas e equipamentos (2,0%), bebidas (2,4%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (1,9%).

"Ainda há predomínio de atividades em queda. Entre as 24 atividades, 13 mostram resultado negativo", ponderou o pesquisador.

Dentre os treze ramos que reduziram a produção, os destaques foram veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,5%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,9%). As duas atividades vinham de avanços no mês anterior: 2,0% e 10,5%, respectivamente.

Segmentos

A produção da indústria de bens de capital subiu 1,2% em abril ante março, informou o IBGE. Na comparação com abril de 2015, o indicador mostra queda de 16,5%. No acumulado de 2016, houve queda de 25,9% na produção de bens de capital. Em 12 meses, o resultado é de retração de 27,9%.

Em relação aos bens de consumo, a pesquisa registrou queda de 0 9% na passagem de março para abril. Na comparação com abril de 2015, houve recuo de 4,0%. No acumulado do ano, a queda é de 8 3%, enquanto a taxa em 12 meses é de recuo de 9,3%.

Na categoria de bens de consumo duráveis, o mês de abril foi de redução de 4,4% ante março, e queda de 23,7% em relação a abril de 2015. Entre os semiduráveis e os não duráveis, houve diminuição de 0,6% na produção em abril ante março, e avanço de 1,9% na comparação com abril do ano passado.

Para os bens intermediários, o IBGE informou que o indicador teve alta de 0,5% em abril ante março. Em relação a abril do ano passado, houve redução de 7,5%. No acumulado do ano, houve queda de 9,6%, enquanto a taxa em 12 meses ficou negativa em 7,3%.

O índice de Média Móvel Trimestral da indústria ficou negativa em 0,5% em abril.

Revisões

O IBGE revisou o dado da produção industrial do mês de fevereiro ante janeiro, de -2,7% para -2,9%.

A produção de bens de capital também foi revista, de 2,2% para 3 0% em março ante fevereiro. Já a fabricação de bens intermediários no período saiu de 0,1% para -0,1%, enquanto a produção de bens de consumo duráveis passou de 0,3% para -0,3%.

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