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Os preços dos aluguéis em abril caíram 0,22%, mantendo a tendência verificada nos últimos 12 meses. Nesse intervalo, em apenas um mês (fevereiro) o índice ficou estável e, nos demais, houve queda. No acumulado do período, a redução de preços chega a 4,80%, recorde negativo para a série do índice, iniciada em 2009 pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

 Nas nove cidades pesquisadas no mês passado pela Fipe, seis apresentaram variação negativa nos preços dos novos aluguéis no acumulado dos últimos 12 meses
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Nas nove cidades pesquisadas no mês passado pela Fipe, seis apresentaram variação negativa nos preços dos novos aluguéis no acumulado dos últimos 12 meses

De janeiro a abril deste ano, a variação acumula queda de 0,50%. Os dados são calculados mensalmente pelo Índice FipeZap, que acompanha o valor anunciado de locação em diversas cidades brasileiras, tendo como base preços anunciados para locações de novos aluguéis de imóveis na página do Zap Imóveis.

Levando-se em conta que a inflação do período ficou em 9,28%, entre abril de 2015 e abril deste ano, a queda real no valor das locações foi de 12,88%.

A rentabilidade com locações, de 4,6% em abril, também foi a mais baixa desde 2009.

Para Raone Costa, economista da Fipe, proprietários de imóveis têm preferido alugá-los a vendê-los, o que aumenta a oferta e, consequentemente, reduz os preços. "Como o preço da venda também está em queda, ele prefere perder dinheiro na locação do que dar um desconto elevado na venda."

O movimento ocorre apesar de os preços dos aluguéis estarem em situação mais desfavorável do que os da venda. Nos últimos 12 meses, o Índice FipeZap para vendas registrou alta de 0,21%, mas foi a menor variação para a série. Com a inflação acumulada, a queda real passa de 8%.

Conjuntura

Costa lembra que, até início de 2014, tanto venda quanto locação de imóveis registravam crescimento forte, em razão da conjuntura macroeconômica favorável para o setor. Os juros estavam baixos, o desemprego atingia mínimas históricas e a renda crescia acima da inflação.

"Tudo conspirava para que os preços imobiliários subissem porque a demanda crescia bastante", afirma Costa.

Atualmente, afirma o economista da Fipe, ocorre o oposto com todos esses indicadores, resultando numa demanda baixa por imóveis. Na opinião de Costa, não há sinais de mudanças nesse cenário no curto prazo. Já no longo prazo, é possível uma reversão, embora não seja possível prever a partir de quando isso ocorrerá, já que o País está no meio de um processo de ajuste econômico.

"A mudança de governo pode impactar nas variáveis do mercado", avalia o economista. "Além disso, o desemprego não vai subir para sempre, pois, com a maior oferta de mão de obra ficará mais barato a contratação."

Nas nove cidades pesquisadas no mês passado pela Fipe, seis apresentaram variação negativa nos preços dos novos aluguéis no acumulado dos últimos 12 meses.

A maior queda ocorreu no Rio de Janeiro (-9,95), seguida por São Paulo (-5,11), Salvador (-3,62%), Porto Alegre (-1,66%), Distrito Federal (-0,16%) e Santos (-0,15%). A variação foi positiva em Curitiba (6,54%), Campinas (2,14%) e São Bernardo do Campo (1,76%).

A pesquisa não mede a variação de preços de contratos de locação vigentes, que normalmente são reajustados automaticamente pelo IGP-M/FGV, ou por outro índice de correção.

No período de 12 meses a partir de abril de 2015, o IGP-M está em 10,63%.

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