Quase metade dos dissídios foram reajustados abaixo da inflação no 1º trimestre Por Estadão Conteúdo | 10/05/2016 14:11:09 - Atualizada às 10/05/2016 14:20:09 Home iG › Economia Em janeiro, a fatia de categorias com reajustes abaixo da inflação estava em 42%; no mês de março, atingiu 62,5% Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas No primeiro trimestre de 2015, a fatia de dissídios que ficou abaixo da inflação era bem menor: 1,1% em janeiro. 9,1% em fevereiro e 10% em março Quase a metade das negociações salariais fechadas em todo o País no primeiro trimestre deste ano nos setores de indústria, comércio e serviços teve reajuste abaixo da inflação. Essa piora foi detectada por um levantamento preliminar feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Das 102 negociações fechadas entre janeiro e março, 49% obtiveram reajustes abaixo da inflação apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e a maioria registrou queda real de até 1% nos salários negociados em acordos coletivos. Em janeiro do ano passado, observa o técnico do Dieese, Luis Ribeiro, a fatia de categorias com reajustes abaixo da inflação estava em 42%, subiu para 47,7% em janeiro deste ano, recuo para 30,8% em fevereiro e atingiu 62,5% em março. No primeiro trimestre de 2015, a fatia de dissídios que ficou abaixo da inflação era bem menor em relação a este ano: em janeiro estava em 1,1%; fevereiro, 9,1% e março 10%. O técnico pondera que os dados deste ano são ainda preliminares e podem mudar, pois muitas categorias não fecharam acordos. De toda forma, a piora é nítida. Inflação "Esse avanço do número de negociações com queda real nos reajustes está relacionado como aumento da inflação", explica Ribeiro. O INPC acumulado em 12 meses até janeiro foi de 11,28%, em fevereiro atingiu 11,31% e em março desacelerou para 11,08%. Já em abril houve um nova desaceleração do INPC, que acumulou alta de 9,91% em 12 meses. Os 51% restantes das negociações concluídas no primeiro trimestre, 27,5% tiveram aumentos iguais à inflação e 23,5% reajustes acima da inflação, aponta o levantamento do Dieese. Apesar do aumento do desemprego, o técnico acredita que nos próximos meses as negociações salariais serão mais favoráveis aos trabalhadores por causa da perda de fôlego da inflação. Segundo Ribeiro, a desaceleração da inflação conta mais do que o desemprego elevado na hora de negociar. E a tendência é que essa fatia de dissídios com reajustes abaixo da inflação diminua nos próximos meses, mesmo com a economia andando em marcha lenta. Link deste artigo: https://economia.ig.com.br/2016-05-10/49-dos-dissidios-foram-reajustados-abaixo-da-inflacao-no-1-trimestre.html