O persistente quadro de excesso de oferta de petróleo deve finalmente ser amenizado a partir de junho, afirma a Energy Aspects, uma consultoria de energia baseada em Londres. No entanto, ao contrário do que muitos podem pensar, não será a queda de produção nos Estados Unidos ou o cortes de produção entre produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) que vai reverter essa tendência.
Ao invés disso, a firma acredita que os maiores contribuidores serão produtores localizados na América Latina, Ásia e Leste Europeu, cuja produção tem caído rapidamente e o ciclos de investimento tornam difícil reverter essa situação. Para a Energy Aspects, a demanda deve começar a ultrapassar a oferta em junho, causando uma queda dos estoques globais da commodity. Ao final do ano, essa tendência deve se acelerar.
Investidores têm acompanhado de perto os dados do Departamento de Energia do Estados Unidos (DoE) atrás de evidências de que a produção norte-americana está recuando, mas o declínio, até o momento, tem sido marginal: a produção doméstica cedeu menos de 700 mil barris por dia,
Outro foco de atenção tem sido a reunião de Doha, no próximo domingo, quando grandes produtores discutirão um congelamento da produção aos níveis de janeiro ou fevereiro. Apesar das expectativas, pouco se sabe sobre o quão eficiente seria um compromisso para manter a produção próxima dos maiores patamares históricos desses países.
Existe também uma dose de ceticismo a respeito de quem está realmente comprometido com a meta: nas últimas duas semanas, Iraque e Rússia anunciaram ter estabelecido novos recordes nacionais para a produção local, ao passo que o Irã tem repetido que não vai se comprometer com nenhuma meta antes de recuperar sua participação de mercado.
Em outras regiões do planeta, no entanto, problemas surgem e já prejudicam a produção. Ataques a oleodutos na Colômbia e cortes de energia na Venezuela causaram uma redução do volume produzido nestes países. Ao mesmo tempo, a queda dos preços têm desencadeado a interrupção da produção de alguns poços no Brasil.
Fonte: Dow Jones Newswires.