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Inmetro rebateu críticas sobre as etiquetas de economia energética e classificou denúncia de "desserviço à sociedade"

Etiqueta classifica produtos mais e menos eficientes e econômicos
Divulgação/Inmetro
Etiqueta classifica produtos mais e menos eficientes e econômicos

Ao buscar um produto mais eficiente, o consumidor brasileiro já está acostumado a ir direto à etiqueta de classificação que revela aqueles que são “A”, por exemplo, ou seja, que economiza mais energia. Porém, a Proteste Associação de Consumidores denunciou o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), nesta terça-feira (5), afirmando que o gasto de energia de diferentes marcas de máquina de lavar roupa, geladeira e ar condicionado têm variações muito grandes e, portanto, podem não revelar aqueles de melhor desempenho, enganando o consumidor. 

A associação constatou que, por exemplo, um condicionador de ar de janela da marca Springer e outro da Electrolux, ambos de classificação “A”,  têm eficiência energética diferentes de kWh/mês: o da Springer economiza 22,4% em relação aos produtos de classificação D, e o Electrolux, apenas 9,3%.

A associação mostra que o consumidor pode, mesmo escolhendo produtos da classificação mais alta, acabar adquirindo a opção que refletirá em custos maiores e significativos na conta de luz. "Desta forma, fica evidente que os níveis da etiqueta deveriam ser mais restritivos, desvalorizando a tecnologia notoriamente menos eficiente e promovendo uma melhor dispersão entre as faixas da tecnologia inverter", diz a Proteste.

O programa de etiquetagem é coordenado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) que explicou ao iG que não existe um limite de eficiência para produtos “A”, como um “AA” ou “super A”. Assim, a classificação se baseia no mínimo que deve ter para ser daquela família de produtos, podendo haver tal diferença. Mas que os produtos da categoria são recomendáveis e que ajudam o consumidor a economizar energia. 

Segundo a Proteste, os índices do PBE estão desatualizados e a falta de evolução de critérios causa uma concentração dos produtos na classificação “A”. No estudo, há a denúncia, por exemplo, de que 98% das geladeiras Frost Free duas portas (250 modelos) e 84,8% dos refrigeradores de duas portas comuns (56 modelos) estçao enquadrados na classificação mais econômica. A associação afirmou que a última revisão dos critérios de eficiência para esta classe de produtos foi feita há 10 anos, em 2006. 

A informação, no entanto, foi desmentida pelo Inmetro: “Ao contrário do que cita a denúncia, os níveis de eficiência energética para condicionadores de ar foram revisados em 2013 e os de refrigeradores estão com consulta pública prevista para junho de 2016. Não é verdade também que os programas mencionados estão estacionados em 'A'. Hoje, 59% dos condicionadores mais simples, tipo janela, estão classificados como 'A', e não 90%, como cita a Proteste. No caso dos condicionadores tipo Split, o total em 'A' é de 44,6%. No caso dos refrigeradores mais simples e mais baratos, 71% estão na classe mais eficiente”.

"Um desserviço", diz Inmetro

Para o iG , o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) repudiou a classificação “de um programa que há 30 anos incentiva a produção e o uso de produtos mais eficientes e sustentáveis e que conta com amplo reconhecimento internacional como ‘farsa’ ou ‘omissão’, sendo um desserviço à sociedade brasileira”.

O Inmetro reconhece a necessidade permanente de aperfeiçoamento do PBE. "Nestes 30 anos, somente os refrigeradores e condicionadores de ar mais eficientes já proporcionaram uma economia de pelo menos R$ 2,9 bilhões nas contas de energia da população. Comparativamente, esses números representam, aproximadamente, 3,2 milhões de toneladas de CO2 ou quase 20,5 milhões de árvores salvas com a economia gerada", afirmou o Instituto.