Os metalúrgicos da Chery, de Jacareí, iniciaram uma greve por tempo indeterminado após assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (26). Eles reivindicam a incorporação dos 40 trabalhadores terceirizados que foram demitidos na quinta-feira (25) pela montadora chinesa.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região , foi iniciado em 2015 um processo de negociação com a Chery pela desterceirização das áreas de logística e manuseio.
A incorporação dos trabalhadores terceirizados ao quadro de funcionários diretos da empresa foi uma das reivindicações levantadas pelos trabalhadores na greve de abril de 2015 e também é alvo de ação do Sindicato na Justiça do Trabalho.
Uma reunião para discutir a situação com a diretoria da fábrica estava marcada para acontecer na próxima terça-feira (1º de março), mas o Sindicato afiram ter sido surpreendido pela demissão de todos os terceirizados que trabalhavam no setor.
“A empresa não poderia ter demitido os trabalhadores em meio do processo de negociação com o Sindicato. Os metalúrgicos são contra a terceirização e exigem a incorporação destes trabalhadores ao quadro da empresa”, disse Guirá Borba de Godoy Guimarães, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos.
O órgão organizará uma nova assembleia na próxima segunda-feira para que os trabalhadores decidam os rumos da mobilização.
A Chery declarou por meio de nota que “lamenta o desligamento dos funcionários da BMS, empresa de logística que prestava serviços à montadora”, mas informou que “não tem responsabilidade ou gestão sobre a decisão da empresa terceira - o contrato entre ambas foi rescindido em 25 de fevereiro -".
A empresa acrescentou que “não tem poupado esforços para proteger o emprego dos funcionários diretos da sua fábrica em Jacareí (SP), mesmo com o cenário de crise que assola o setor automotivo nacional”, mas “que nunca se comprometeu, junto ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a contratar colaboradores de empresas terceirizadas”.
A montadora disse, por fim, estar “à disposição do Sindicato” para “discutir as reinvindicações da categoria”.
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