A construção civil brasileira perdeu 483 mil postos de trabalho em 2015 e voltou ao patamar de emprego de cinco anos atrás. O setor encerrou o mês de dezembro com 2,835 milhões de trabalhadores formais, retornando ao nível registrado de maio de 2010. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (27) pelo pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Somente em dezembro, na comparação com o mês anterior, foi observada uma queda de 3,98% no nível de emprego, com o fechamento de 117,6 mil postos de trabalho, considerando os fatores sazonais. Desconsiderando tais efeitos, o número de vagas fechadas em dezembro foi de 10,5 mil (-0,36%).
“Esta queda livre do emprego é o resultado mais eloquente da falta de confiança mínima para que os agentes econômicos retomem suas decisões de investimento. Somente um esforço do Executivo e do Legislativo, com sinais inequívocos de seriedade fiscal e comprometimento com reformas, poderia começar a reverter este cenário, junto com medidas que estimulem o capital privado a investir na ampliação da infraestrutura”, avalia o vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan.
A deterioração do mercado de trabalho afeta todas as regiões do Brasil, sendo que os piores resultados foram observados no Norte (-6,45%), e no Centro-Oeste (-5,40%). Percentualmente, já que em números absolutos o Sudeste liderou, com menos 52.700 postos de trabalho formais.
São Paulo
Em 2015, a redução do número de empregados no Estado de São Paulo foi de 7,97% em relação ao mesmo período de 2014, sendo que o segmento imobiliário respondeu pelo pior desempenho (-10,32%). O estoque de trabalhadores caiu para 752,4 mil.
Em dezembro o emprego registrou queda de 3,08% em relação a novembro, considerando efeitos sazonais, com o corte de 23,9 mil vagas. Desconsiderando a sazonalidade, o declínio no período foi de 0,50% (-3.907 vagas).
Em 12 meses, entre as regionais, Presidente Prudente apresentou a maior queda, de 23,93%. Na capital, que responde por 46% do total de empregos no setor, a retração no mesmo comparativo foi de 11,73%.