As vendas nos primeiros 15 dias do ano no varejo da cidade de São Paulo registraram queda média de 20% na comparação com o mesmo período de 2015. O número foi divulgado nesta segunda-feira (18), no balanço da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Isoladamente, houve quedas de 18,7% nas comercializações a prazo e de 21,4% nas vendas à vista. As retrações, já esperadas, foram bem mais altas para o período do que a queda em 2015 em relação ao ano anterior, de 3,3%. "Acreditamos que o fundo do poço chega neste primeiro trimestre", analisa o economista da ACSP, Emíilio Alfieri.
Os motivos dos recuos mais acentuados em 2016 são vários. Nas vendas a prazo, as principais causas são a elevação da taxa de juros, a retração do crédito, a baixa confiança do consumidor e a alta do dólar. Já as vendas à vista foram impactadas substancialmente pela queda da massa salarial e também pela valorização da moeda norte-americana, que encareceu artigos de vestuário e calçados, por exemplo.
Apesar do cenário negativo, a ACSP espera um restante de ano menos pior do que o apresentado na primeira quinzena. "Se a inflação voltar a um patamar de um dígito, por exemplo, as coisas podem melhorar (...) é o nosso 'feeling' não estamos falando de uma reviravolta, mas de uma 'despiora', de uma redução na queda", explica Alfieri.
Comparação mensal
Frente à primeira quinzena de dezembro de 2015, as quedas no movimento do comércio varejista paulistano foram ainda maiores, por fatores sazonais – o Natal e a injeção do 13º salário na economia. Os recuos foram de 33,4% nas vendas a prazo e de 42,3% nas vendas à vista. Na média, o tombo foi de 37,85%. É importante ressaltar que a primeira quinzena de janeiro também teve um dia útil a menos.