5 commodities que devem explodir por conta do conflito russo
Felipe Moreno
5 commodities que devem explodir por conta do conflito russo

Os Estados Unidos anunciaram pesadas sanções contra a Rússia por conta das tensões crescentes na fronteira com a Ucrânia. Uma guerra parece inevitável na região, após a Rússia reconhecer a independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk – inclusive aceitando a soberania delas em regiões que atualmente são controladas pelo governo central ucraniano.

Guerras são o maior problema enfrentado pela humanidade. Toda vez que os tanques avançam sobre território inimigo, inocentes morrem, pessoas perdem tudo, a economia é destruída e a fome e o desespero marcam a todos. Uma guerra envolvendo uma das principais economias do mundo, a russa, pode ser desastrosa para a economia mundial. Algumas commodities devem registrar fortes altas por conta do conflito, de acordo com o Zero Hedge , vamos conhecê-las.

1 – Alumínio

O mercado de alumínio já está apertado, o que fez o preço da commodity subir 20% neste início do ano – atingindo suas máximas históricas. A Rússia é responsável por 6% de toda a produção mundial da commodity, é uma das maiores exportadoras do metal no mundo, e retirar o país do mercado pode ter forte impacto no preço. Na B3 há uma empresa de alumínio, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBAV3), que pode ser usada para se expor ao setor.

2 – Petróleo

A Rússia é uma das maiores exportadoras de petróleo do mundo. O país produz 9 milhões de barris por dia, o suficiente para deixá-la em terceiro na lista: Estados Unidos é o maior produtor, com 11,6 milhões de barris por dia – que vão todos para a demanda interna – e a Arábia Saudita é a segunda, com produção de 10 milhões de barris por dia. O mundo produz cerca de 96 milhões de barris por dia.

Para piorar, a OPEC (Organização dos Países exportadores de Petróleo) tem tentado elevar a produção este ano para suprir a demanda mundial, mas os países tem tido enormes problemas para fazer este movimento – um dos membros da organização, a Venezuela (dona das maiores reservas do mundo) vê o contrário acontecer! Se um dia o país já produziu cerca de 3,5 milhões de barris por dia, atualmente esse número não chega em 1 milhão.

Essa tensão e a saída da Rússia do mercado global pode jogar o preço do petróleo para US$ 120/barril – embora a China deva continuar comprando petróleo russo. O petróleo já está em US$ 95, acumulando forte alta no ano. Há diversas petrolíferas na bolsa brasileira, a maior sendo a Petrobras (PETR4). Dommo (DMMO3), 3R Petroleum (RRRP3) e PetroRio (PRIO3) são algumas formas de se expor a commodity.

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3 – Gás Natural

Se a Rússia é a terceira maior produtora de petróleo, ela também é fortíssima na área de gás natural, com uma produção de 639 bilhões de metros cúbicos no ano passado – 17% de todo o mercado mundial. E o gás tem sido um dos grandes trunfos geopolíticos da Rússia nos últimos anos, com forte fornecimento para a Europa, sobretudo no inverno. O gasoduto Nord Stream 2 foi suspenso por conta das tensões – e a Europa deverá ter que importar gás liquefeito, mais caro. As mesmas empresas que produzem petróleo produzem gás natural, mas muito longe da produção russa.

4 – Cobre

A Rússia produz 3,5% do total mundial, cerca de 920 mil toneladas em 2021, com grande parte dessa produção sendo exportada para outros países na Ásia e Europa. O mercado de cobre já está super apertado também, por conta do expressivo aumento de demanda nos últimos anos por conta de veículos elétricos, painéis solares e parques de energia eólica. A utilização em carros elétricos é tão grande que muitos consideram o cobre o “petróleo” desse segmento.

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Embora não exista nenhuma empresa especificamente de cobre no Brasil, o investidor tem a chance de investir na Freeport-McMoran (FCXO34) e na Rio Tinto (RIOT34)

5 – Cobalto

O cobalto também é uma commodity utilizada em carros elétricos e que tem visto a demanda subir. A Rússia é produtora de 4% do total mundial, mas dois terços do mercado é dominado por outro país instável – a República Democrática do Congo, que passou por uma tentativa de golpe de Estado no começo de fevereiro deste ano.

Com a instabilidade do mercado, é capaz que os preços subam conforme utilizadores do metal tentem fazer estoque. A Vale (VALE3) tinha uma operação de cobalto, mas vendeu por US$ 690 milhões em 2018 para a Wheaton Precious Metals. A Glencore (GLEN34) tem BDR na B3 e diversas minas de cobalto no Congo.

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