Vem fusão aí? Chapa da Marfrig indica ambição com a BRF
Felipe Moreno
Vem fusão aí? Chapa da Marfrig indica ambição com a BRF

A Marfrig (MRFG3) formalizou a sua chapa para o conselho de administração da BRFoods (BRFS3) nesta terça-feira (22), com grandes nomes. Detentora de 33% do capital da BRF, a Marfrig indicou seu fundador, Marcos Molina, como presidente do conselho. Molina por muitas vezes negou ter interesse em interferir na BRF, até essa semana, quando a Marfrig mandou um comunicado ao mercado avisando que, sim, iria interferir na empresa.

Outros nomes incluem Márcia Marçal dos Santos, esposa de Molina, Sergio Rial, que foi CEO do Santander Brasil, Altamir Batista da Silva, que trabalhou no JP Morgan e no Safra, Oscar Bernardes, da Mosaic, Pedro de Camargo Neto, ex-presidente da Apipecs (Associação de Exportadores de Carne Suína), Deborah Freitas, da Amcham, Eduardo Pocetti, do conselho fiscal da Marfrig. Além disso, há a manutenção de dois conselheiros atuais, Augusto Cruz e Flávia Bittencourt.

A Marfrig sendo dona de 33% da empresa, o que a caracteriza atualmente como maior acionista. Outros dois grandes acionistas são o Previ e o Petros, fundos de pensão do Banco do Brasil e Petrobras, respectivamente. Ambos são investidores há muito tempo na BRF, desde a época da Perdigão, e passaram por todo o passado conturbado da empresa: a volta por cima comandada por Nildemar Secches, a fusão com a Sadia, e a saída de Nildemar para abrir espaço para a gestão de Tarpon e Abílio Diniz, que não deixa saudade.

Dona de duas marcas gigantescas, Sadia e Perdigão, a BRF está anos patinando em gelo, acumulando queda de mais de 75% no valor da ação nos últimos seis anos. Em 2019, o atual chairman da empresa, Pedro Parente, havia proposto uma fusão com a própria Marfrig que deixaria a companhia com 85% do capital da nova empresa. Essa proposta foi rejeitada pelos fundos de pensão e pela família Fontana – do fundador da Sadia -, que atualmente não possuem mais de 5% das ações.

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Três anos depois, a Marfrig está próxima de assumir a BRF, e pode trazer grandes benefícios e sinergias para a empresa, que sofre com má gestão. Uma fusão formal é uma possibilidade que está na mesa, o que tem animado o mercado: as ações BRFS3 sobem 5,67% no final da tarde desta terça, para R$ 19,38. Já a Marfrig sobe 4,03%, para R$ 22,17.

Juntas, as empresas conseguem competir melhor com a JBS (JBSS3), hoje o maior frigorífico do mundo e dona da marca Seara, que vem crescendo forte nos últimos anos e já desbancou a Sadia, marca mais forte da BRF, em diversos mercados que antes eram completamente dominados. No mesmo momento, a companhia, também dona das marcas Swift e Friboi, vê suas ações subindo 2,40%, para R$ 36,72. Atualmente, a JBS tem um faturamento mais de dez vezes maior que a atual BR Foods.

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Com a Marfrig, o jogo pode mudar de direção – e a nova empresa pode ser forte o suficiente para competir de igual para igual e manter a liderança de mercado nacional, hoje ameaçada pela JBS. Falta a Marfrig é uma marca forte para competir contra a JBS no mercado brasileiro.

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