A varejista de material para escritório Kalunga anunciou nesta segunda-feira um movimento para possível retomada de sua oferta inicial de ações (IPO).
Por meio de fato relevante, a companhia anunciou que “engajou” BTG Pactual (BPAC11), Bradesco BBI, XP e UBS para “serviços de assessoria financeira no âmbito de potencial operação para a captação de recursos por meio da realização de oferta pública inicial de distribuição de ações”.
A companhia havia inicialmente pedido registrado para IPO em dezembro, num momento de valorização das ações brasileiras, e pretendia usar os recursos da oferta para abrir mais lojas, um centro de distribuição no Nordeste, reforçar o capital e fortalecer seu negócio de gráfica rápida.
Mas diante da piora da volatilidade do mercado acionário nos meses seguintes, no mês passado a Kalunga suspendeu os planos, mesma decisão tomada por outras 20 empresas brasileiras em 2021.
IPO: incertezas à frente
O descontrole da pandemia de covid-19 e as constantes crises políticas em Brasília ampliaram o grupo de empresas que adiaram a abertura de capital na Bolsa brasileira. Desde o início do ano, 18 empresas cancelaram oficialmente suas captações, incluindo a Tok & Stok. Esse “estoque” de desistências representa um volume de R$ 15 bilhões que deixará de ser movimentado. No entanto, segundo apurou o Estadão, a tendência é que o total de cancelamentos cresça em meio ao desânimo com a economia nacional em tempos de recordes de mortes por coronavírus.
Uma das candidatas que cancelaram sua oferta, sob a alegação de condições desfavoráveis do mercado, foi a Agrogalaxy, empresa de varejo de insumos agrícolas, que chegou a lançar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) que poderia movimentar R$ 1,4 bilhão. Ela foi obrigada a suspender a operação por não encontrar demanda entre os investidores, deixando claro um mercado muito mais seletivo.
O total de empresas na fila para fazer uma oferta nos próximos meses, com pedido para registro junto à Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ), ainda é grande, com mais de 40 companhias, incluindo o Grupo Avenida, o aplicativo Getninjas e a Caixa Seguridade, subsidiária de seguros da Caixa Econômica Federal que planeja encarar a maior volatilidade do mercado e aversão às estatais.
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