Imagine um país pequeno, com apenas 8 milhões de habitantes – nada comparado aos 207 milhões do Brasil.

Imagine também que ele, diferente do Brasil, não foi abençoado com recursos naturais. Pelo contrário, a vasta maioria dos seus recursos naturais se esvairam ainda na Era Medieval.

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A maioria dos recurso naturais da Suíça se esvaíram ainda na Era Medieval
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A maioria dos recurso naturais da Suíça se esvaíram ainda na Era Medieval

Um país sem petróleo, com suas minas de prata já exaustas e sem nem ao menos ter acesso a um pingo d’água vinda do mar, já que é cercado de terra. Esse país é a Suíça.

E mesmo com todos esses problemas, é incrível como a falta de recursos não impediu a Suíça de abraçar a prosperidade. Os dados não mentem: enquanto o Brasil tem um PIB per capita de U$8.649,95, a Suíça tem U$ 78.812,65. Enquanto estamos com o desemprego batendo recorde, Suíça tem apenas 3% dos seus habitantes desempregados.

Afinal, como a Suíça conseguiu isso? Como um país com tão pouco se tornou tão grande ? Ou melhor: o que a Suíça pode nos ensinar sobre como se tornar um país rico?

Para estas questões, existem quatro lições fundamentais da Suíça que explicam onde ela está hoje e o caminho que o Brasil precisa percorrer. São elas:

Educação

A Suíça pode não ter um recurso natural vindo da terra, mas seu povo é, com toda certeza, digno de ser considerado um recurso de grande valor.

Hoje, a educação do país envolve uma tradição: a chamada “dual education”.

Na Suíça, os estudantes são treinados primeiramente em uma empresa, que garante que os estudantes aprendam os padrões de qualidade da profissão
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Na Suíça, os estudantes são treinados primeiramente em uma empresa, que garante que os estudantes aprendam os padrões de qualidade da profissão

Este sistema educacional consiste em um sistema totalmente diferenciado do que vemos aqui no Brasil. Lá, os estudantes são treinados primeiramente em uma empresa, que garante que os estudantes aprendam os padrões de qualidade da profissão. E, enquanto isso, estudam no que chamariamos de “escolas vocacionais”, que são escolas que ensinam sobre um trabalho em específico, como engenharia ou medicina.

Esse tipo de educação garantiu a Suíça trabalhadores com uma mão-de-obra especializada, da qual as empresas, assim que contratam algum funcionário, sabem de antemão que o empregado irá criar valor logo no primeiro dia de trabalho, pois ele já fez tudo na prática enquanto ainda estava aprendendo a profissão.

E isso falta no Brasil. Além da educação pública ser uma lástima, na grande maioria das faculdades falta um ensino “mais prático” das profissões. Os alunos aprendem todo o conteúdo teórico da profissão desejada, mas em muitos casos a vivência prática só tem quando consegue um estágio.

Não só a Suíça, mas países como a Alemanha e a França já mostraram que esse tipo de educação é muito eficiente quando posto em prática.

A liberdade econômica

A diferença entre Suíça e Brasil, na liberdade econômica, são enormes.

Para se ter uma ideia, de acordo com o ranking da liberdade, feito pela fundação Heritage, dos 180 países pesquisados, o Brasil ocupa a posição de número 140 enquanto a Suíça ocupa a posição 4.

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Mas o que isso significa?

Na Suíça se demora 10 dias para se abrir uma empresa, no Brasil esse número é de 110 dias
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Na Suíça se demora 10 dias para se abrir uma empresa, no Brasil esse número é de 110 dias

Várias coisas. Por exemplo, enquanto na Suíça se demora 10 dias para se abrir uma empresa, no Brasil esse número é de 110 dias. Também significa que a competitividade e a transparência nas relações de mercado é mais forte na Suíça do que no Brasil, e é nítido: a ausência de concorrência só favorece os grandes monopólios.

Não é a toa que hoje a Suíça tem uma economia mais estável que a nossa. Precisamos reduzir o nosso tempo para abrir novos negócios, e não só isso, precisamos pra já reduzir toda a burocracia que dificulta e asfixia o empreendedorismo brasileiro.

Precisamos fomentar o surgimento de uma concorrência cada vez maior, e que ela se traduza em competitividade. Nada de favorecer os pequenos players com o BNDES. Se fizermos isso, estaremos muito mais próximos do que a Suíça é hoje, e muito mais próximos de ver o Brasil prosperar como nunca antes. 

A neutralidade

Apesar de ser impactada diretamente na Primeira e Segunda Guerra Mundial, a Suíça ainda manteve seu caráter como país neutro.. E isso lhe rendeu grandes frutos comerciais.

Devido a sua neutralidade em todas as grandes guerras, ela se tornou um ponto de interesse para todas as nações, e não só para espionagem, mas para o comércio, principalmente.

A Suíça tem um perfil de país neutro
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A Suíça tem um perfil de país neutro

E, diferentemente de países como a Alemanha, que tiveram a infraestrutura do país totalmente destruída, a Suíça permaneceu com a sua infraestrutura quase ilesa.

De acordo com Thiago Nigro, criador do canal O Primo Rico e entusiasta do Código da Riqueza, a paz está diretamente ligada com a prosperidade: “É com paz que o crescimento realmente produtivo acontece, pois se deixa de produzir armas para se produzir benefícios reais à população. Um país que vive em guerra vive também sua decadência, pois o mundo se tornou globalizado, e uma guerra representa também a perca de milhões de clientes. Uma nação, se deseja crescer mundialmente e prosperar, precisa entender que a paz traz, também, a riqueza pessoal e compartilhada”.

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A cultura

Para os suíços, quando se trata sobre estilo de vida, a frase “trabalhe muito, gaste pouco” é soberana.

Em 1990, segundo alguns estudos, isso era diferente. Mas agora, com uma Suíça muito mais em ascensão, os seus trabalhadores se transformaram em trabalhadores altamente produtivos, e mais: inovadores.

Os trabalhadores na Suíça se transformaram em trabalhadores altamente produtivos, e mais: inovadores
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Os trabalhadores na Suíça se transformaram em trabalhadores altamente produtivos, e mais: inovadores

Já no caso do Brasil, apesar do nosso povo ser altamente criativo e inovador, sua produtividade ainda é muito baixa. Há estudos, inclusive, que dizem que um trabalhador americano produz o que quatro brasileiros produzem. É complicado. Mas é justificável.

Hoje no Brasil temos uma cultura de “bater ponto”. O trabalho não é feito com paixão, e não há vontade do brasileiro em se trabalhar. O trabalho, então, se torna uma tortura, e não algo que te ajuda a crescer e se sentir bem com a vida, como na Suíça.

E como os suíços fazem, o brasileiro precisa aprender a sua vocação. Entender no que trabalhar e no que lhe faz bem trabalhar. O brasileiro precisa se desamarrar das correntes da procrastinação e entender que o trabalho é muito mais do que o bater ponto.

São incontáveis os problemas do Brasil, mas, mesmo assim, o exemplo de outros países podem nos ajudar a tomar as decisões certas no rumo certo. A Suíça nos da quatro dessas decisões: mudar nosso sistema educacional, nossa liberdade de mercado, ser adepto a neutralidade em conflitos e transformar o nosso modo de pensar.

Assim, o Brasil terá uma guinada para o sucesso como nunca se viu antes. Basta fazer o que se sabe que dá certo.

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