Decisão de se desfazer de papéis da Petrobras reflete a estratégia da Caixa de reduzir sua dependência do Tesouro Nacional
Valter Campanato/Agência Brasil - 7.1.19
Decisão de se desfazer de papéis da Petrobras reflete a estratégia da Caixa de reduzir sua dependência do Tesouro Nacional

A Caixa Econômica Federal levantou R$ 7,3 bilhões com a venda de 241,3 milhões de ações ordinárias da Petrobras , afirmaram nesta terça-feira (25) duas fontes com conhecimento no assunto. Os papéis foram precificados a R$ 30,25, com desconto de 1,5% sobre o preço de fechamento no pregão de hoje, de R$ 30,70. 

A decisão de se desfazer de papéis da estatal reflete tanto a estratégia da Caixa de reduzir sua dependência de recursos do Tesouro Nacional como uma pressão, por parte do Ministério da Economia, para que os bancos públicos comecem a devolver os aportes recebidos — só no caso da Caixa, são R$ 40 bilhões. Parte dos recursos obtidos com a venda dos papéis da Petrobras teria essa finalidade.

Entre 2009 e 2013, o Tesouro fez seis aportes na Caixa na forma de Instrumento Híbrido de Capital de Dívida (IHCD), um tipo de empréstimo que não tem prazo para pagamento, totalizando R$ 40 bilhões. Como há limites para os bancos efetuarem os desembolsos, os valores precisam ser pagos em parcelas. Esses pagamentos não impactam o resultado primário do governo federal, mas têm efeito sobre a redução da dívida bruta.

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A Caixa pretende vender pelo menos 15% das ações de suas subsidiárias. A estimativa é que isso poderia gerar uma receita extra de R$ 15 bilhões. De acordo com o cronograma, os primeiros IPOs (Oferta Pública Inicial de ações, na sigla em inglês) serão da Caixa Seguridade e da empresa de cartão de crédito e estão previstos para acontecer até o fim deste ano. A oferta de ações da gestora de ativos e loterias ficará para o primeiro semestre de 2020.

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