O empresário Ricardo Eloi, CEO da Sono Quality, começou a trabalhar cedo, ainda na infância, aos nove anos de idade
Divulgação/Sono Quality
O empresário Ricardo Eloi, CEO da Sono Quality, começou a trabalhar cedo, ainda na infância, aos nove anos de idade

A carreira do empreendedor Ricardo Eloi começou cedo, ainda na infância. Aos nove anos, vendia alface em Espírito Santo do Pinhal, interior de São Paulo. Seu tio e avô paterno possuíam uma horta e, com a ajuda de uma carroça, ele comercializava o alimento de porta em porta. Tudo corria bem na vida do menino até que um acontecimento marcou sua vida.

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Aos 11 anos, sua mãe o abandonou, e o pai, vítima de alcoolismo, o expulsou de casa logo depois. Sem ter aonde ir e a quem procurar, foi viver em um orfanato. O empresário permaneceu no local por três meses, até o momento em que uma tia paterna o buscou para morar junto dela. A partir daí, sua história de vida se transformou. 

Durante a adolescência, aos 15 anos, conseguiu o seu primeiro emprego como auxiliar de fotógrafo. Na época, ele lembra, o primeiro salário foi de R$ 90. Aos 19, deu um passo à frente e começou a trabalhar em um abatedouro de frango, em Santo André, no ABC paulista. “Vim para ganhar R$ 450. Toda a minha roupa cabia em uma mochila. Cheguei em um frio danado. Trabalhava de madrugada, às 3h da manhã”, conta.

Em 2004, seu pai morreu atropelado por um caminhão no pátio da empresa de material de construção em que trabalhava. Abalado com o episódio, Eloi sentiu que era hora de mudar. “Fiquei muito infeliz. Pedi demissão do abatedouro e fui tentar algo a mais para a minha vida”, relembra.

A carreira do empresário na área de vendas

Para respirar novos ares, o empresário começou a trabalhar como motorista em uma empresa que entregava medicamentos, em São Bernardo do Campo, também na região do ABC. Para completar a renda, atuou também como revendedor de produtos. Nessa época, acabou se tornando pai.

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Então, em 2006, após sair da área da saúde, trabalhou em uma empresa de bebidas como vendedor - mas, em outubro de 2007, uma oportunidade chegou para mudar sua vida por completo. Ricardo Eloi viu o anúncio de uma empresa que comercializa colchões terapêuticos , com salário acima de R$ 3 mil. “Fiz a entrevista e passei. Foi a melhor coisa que fiz na minha vida”, considera.

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Apesar de tudo, ele não acreditava - e, às vezes, questionava - como iria vender um produto que custava, em média, R$ 4 mil. Segundo pensava ele, "ninguém iria comprar". Entretanto, após distribuir panfletos pelas ruas de Santo André, ainda recém-contratado, uma senhora ligou e agendou uma visita. O resultado foi a venda do seu primeiro colchão por R$ 3,9 mil.

Com o passar dos meses, o empresário percebeu que possuía o dom para a área de vendas. “Eu tinha muito carisma, mais do que técnica, e vendia muito isso”, garante. Além disso, após conhecer melhor o mercado no qual trabalhava, teve o insight de que poderia abrir o próprio negócio. “Ganhava muito dinheiro, mas vi que tinha outras possibilidades”,  elucida.

A criação da Sono Quality

Divulgação/Sono Quality
"O colchão é o móvel mais importante da casa", defende Ricardo Eloi



Após analisar o mercado, ir atrás de fornecedores e fabricantes, Eloi, ao lado do amigo Luciano, vice-presidente da empresa, fundou, em fevereiro de 2008, a Sono Quality , em Santo André. “No começo, eu não tinha muito recurso. Comprava o colchão por R$ 800 e vendia por R$ 2.400 e até R$ 3 mil. Em poucos meses, tinha um estoque considerável”, relembra.

Para divulgar o negócio e conquistar clientes, o empreendedor fechou anúncio em uma rádio local, ainda no início do projeto.  Depois de entrar ao vivo, às 5h45 da manhã, colheu bons frutos do dinheiro investido e que havia pego emprestado: três cheques no valor de R$ 400, cada. Segundo ele, foram 28 ligações, 20 visitas e 12 colchões vendidos. Atualmente, o investimento em marketing é de R$ 1,6 milhão por mês.

No total, a Sono Quality conta com mais de 500 colaboradores, sendo mais da metade em funcionários de forma indireta. Hoje, a empresa possui fabricação própria, com fábricas nas cidades de São Bernardo do Campo e Taubaté.

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Em 2017, o faturamento da empresa chegou a R$ 57 milhões. Após dez anos de sua fundação, o empresário defende que o mercado de colchões terapêuticos é pouco explorado e ainda há como crescer.  “O colchão é o móvel mais importante da casa. O grande desafio é conceituar e mostrar isso para o mercado”, finaliza.

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