Copom mantêm taxa de juros para outubro
Agência Brasil
Copom mantêm taxa de juros para outubro

O Comitê de Políticas Monetárias (Copom) do Banco Central (BC) anunciou, nesta quarta-feira (26),  a taxa básica de juros em 13,75%. A decisão seguiu a linha da última reunião do órgão, realizada no mês anterior. 

Para Rafael Marques, economista e CEO da Philos Invest, os dados anunciados pelo Copom para 2022 não surpreendem, porém a expectativa para os próximos anos é de tensão sobre a economia brasileira. 

"Para esse ano os números já estão aí, sem grandes surpresas. A questão agora é ver 2023 e 2024. O Focus trouxe uma elevação em 2024 e isso é para deixar ligado um sinal de alerta", afirmou.

O relatório Focus , do Banco Central (BC), prevê para 2022 a inflação do país em 5,60%. No mesmo boletim, foi divulgado que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional está, atualmente, estimado em 2,76% e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está previsto em 5,62%. Os dados animaram o mercado, que reagiu positivamente ao relatório.

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Recentemente, fatores exteriores como a guerra entre Rússia e Ucrânia causaram impacto nos preços do diesel, de fertilizantes e de outras mercadorias importadas. A instabilidade na economia dos Estados Unidos, que enfrenta a maior inflação dos últimos 41 anos, têm causado volatilidade do dólar pelo mundo.

Segundo o relatório do BC, "O preço do petróleo segue aproximadamente a curva futura pelos próximos seis meses e passa a aumentar 2% ao ano posteriormente. Além disso, adota-se a hipótese de bandeira tarifária "verde" em dezembro de 2022 e "amarela" em dezembro de 2023 e de 2024."

Para 2023, espera-se uma queda na taxa Selic, que tem expectativa de ficar em 11,25%. Hoje, a cotação está em 13,75%. Especialistas não contavam com a diminuição da porcentagem para este ano, mesmo após uma série de meses de deflação no mercado.

"Ainda não é momento de começar a reduzir a Selic . Com esse alívio fiscal, temos um alívio da inflação. Ainda vemos um ano positivo de PIB, então não podemos deixar afrouxar a taxa de juros por conta de alguns meses de deflação", explica Rodrigo Sodré, economista da BRA. 

O período de eleição também é tópico relevante entre os especialistas. As pesquisas eleitorais, que apontam Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) em segundo lugar, trazem maior segurança para o mercado, que tem seu favoritismo pelo petista. Contudo, a falta de indicação de ministros ou de mudanças sobre o teto de gastos, por exemplo, a eventual vitória de Lula ainda causa incerteza para investimentos futuros.

A reação do mercado financeiro também tem previsão de estabilidade, embora tenha suas preocupações sobre o próximo ano . "O varejo em si apresenta uma maior sensibilidade ao mercado de crédito. A Selic saiu de 5,25% em agosto de 2021 para 13,75% no mesmo período de 2022. E toda vez que existe um aumento, estamos falando de uma política contracionista que de fato não é positiva para o setor de varejo. Quando existe uma expectativa, como é o caso de parar com os aumentos da taxa de juros, esse setor se beneficia", explica Mariana Pulegio, especialista em Investimentos na WIT Invest.

"Tendo em vista que a redução da inflação favorece o bolso da população, pois os juros ficam mais baratos, as pessoas ficam mais propensas a consumir produtos e serviços. Por isso, setores como varejo podem ser que possuem perspectivas positivas uma vez que se beneficiam de juros mais baratos", completa.

As próximas reuniões do Copom estão previstas para dia 7 e 8 de dezembro.

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