O ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu nesta terça-feira (27) a venda de praias brasileiras por US$ 1 bilhão para estrangeiros, dizendo que a proibição da medida é um "exemplo de má gestão".
“O caso do Brasil é um caso clássico de má gestão. Tem trilhões de artigos mal usadas. Por exemplo, tem um grupo de fora que quer comprar uma praia numa região importante do Brasil e quer pagar US$ 1 bilhão. Aí você chega lá e pergunta: vem cá, vamos fazer um leilão dessa praia? Não, não pode, isso é da Marinha. E quanto a gente recebe por isso? Não, a gente pinta lá o quartel deles uma vez por ano. É muito mal gerido o troço. Não é de ninguém, quando é do governo não é de ninguém”, disse o ministro ao Flow Podcast.
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Guedes também voltou a criticar o modelo atual do teto de gastos, medida que limita o gasto da União ao salta da inflação no ano anterior. Segundo ele, a medida imposta em 2016 foi "mal construída" e faz com que o “piso [esteja] subindo o tempo inteiro, nos comprimindo [contra o teto] com despesas obrigatórias”.
“[O ex-presidente Michel] Temer botou um teto, mas sem parede”, disse o ministro.
Guedes também comemorou os resultados positivos e acima do esperado do PIB (Produto Interno Bruto) e disse que o país vai crescer mais que a China neste ano.
Ele citou a estimativa do Banco Mundial para o crescimento do PIB chinês, de 2,8%, neste ano, e afirmou que a expansão da economia brasileira será maior. A projeção oficial do Ministério da Economia é de alta de 2,7%.
O ministro, no entanto, admitiu que o governo se comunica mal, e por isso "faz coisas tremendas e só leva pau".
O ministro criticou a oposição, dizendo que "subiram em cadáveres para fazer política", em alusão à má gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia de Covid-19.
“Me surpreendeu a falta de humanidade, solidariedade –disfarçada de vontade de ajudar, quer dizer, hipocritamente. O sujeito atacava em vez de ‘olhem, tentem isso, tentem aquilo'”, declarou.
Ele também fez críticas à direita.
"A direita também é danada, gosta de um orçamentozinho para encostar lá e puxar favores e privilégios para eles mesmos", afirmou Guedes, sem declarar que tipos de favores foram pedidos.
O ministro completou dizendo que seu governo tem "o melhor de dois mundos" e anda "com as duas pernas", a direita e a esquerda
"Eu até dizia o seguinte para um jovem que eu estava ajudando na política antes de ajudar o presidente Bolsonaro. Se perguntarem se você é direita ou esquerda, fala assim: minha geração caminha com as duas pernas, vou ter a generosidade, a fraternidade que a esquerda finge que tem —porque na verdade quando estão no poder, [pratica] desvio de recursos, corrupção, acaba o crescimento econômico— e ao mesmo tempo vamos usar economia de mercado", disse.