Opep aumenta produção de barris de petróleo, mas em quantidade inferior ao pedido de Biden
Felipe Moreno
Opep aumenta produção de barris de petróleo, mas em quantidade inferior ao pedido de Biden

Os 23 países que integram a Opep+, grupo que reúne alguns dos maiores exportadores de petróleo do mundo mais a Rússia, anunciaram nesta quarta-feira (3) um aumento irrisório na produção em setembro, de 100 mil barris por dia.

O anúncio veio após meses de esforços diplomáticos do presidente dos EUA Joe Biden, em meio a uma disparada na cotação do petróleo por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia, que levou a uma alta da inflação em vários países ricos e tem minado a popularidade do mandatário americano.

Biden visitou a Arábia Saudita no mês passado, para tentar persuadir o membro mais influente da Opep a convencer o grupo a ampliar a produção de petróleo. Mas o acréscimo de 100 mil barris por dia equivale a apenas 86 segundos da demanda global por petróleo, segundo cálculos da Reuters.

"Fazer isso ou nada, em termos práticos, é a mesma coisa", resumiu Paul Horsnell, chefe de pesquisas em commodities no Standard Chartered, à agência Bloomberg.

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Muitos analistas viram como um insulto a Biden a decisão da Opep. Raad Alkadiri, diretor gerente de energia, clima e sustentabilidade da Eurasia, destacou que é o acréscimo na produção é tão pequeno que ganha uma dimensão política, como um gesto "quase insultante".

"O aumento foi minúsculo, o menor desde 1986 em termos absolutos e o menor desde sempre em termos percentuais. Do ponto de vista de equilíbrio global, cria um ruído", avaliou Bob McNally, presidente da consultoria Rapidan Energy Group e que trabalhou na Casa Branca, em entrevista à Bloomberg.

"Apesar disso, se os preços da gasolina seguirem em queda, a Casa Branca vai tentar levar o crédito".

Após a decisão da Opep, as cotações do petróleo operam em alta. Por volta das 10h, o barril do tipo brent era negociado a US$ 101,15, valorização de 0,61%.


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