Os 23 países que integram a Opep+, grupo que reúne alguns dos maiores exportadores de petróleo do mundo mais a Rússia, anunciaram nesta quarta-feira (3) um aumento irrisório na produção em setembro, de 100 mil barris por dia.
O anúncio veio após meses de esforços diplomáticos do presidente dos EUA Joe Biden, em meio a uma disparada na cotação do petróleo por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia, que levou a uma alta da inflação em vários países ricos e tem minado a popularidade do mandatário americano.
Biden visitou a Arábia Saudita no mês passado, para tentar persuadir o membro mais influente da Opep a convencer o grupo a ampliar a produção de petróleo. Mas o acréscimo de 100 mil barris por dia equivale a apenas 86 segundos da demanda global por petróleo, segundo cálculos da Reuters.
"Fazer isso ou nada, em termos práticos, é a mesma coisa", resumiu Paul Horsnell, chefe de pesquisas em commodities no Standard Chartered, à agência Bloomberg.
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Muitos analistas viram como um insulto a Biden a decisão da Opep. Raad Alkadiri, diretor gerente de energia, clima e sustentabilidade da Eurasia, destacou que é o acréscimo na produção é tão pequeno que ganha uma dimensão política, como um gesto "quase insultante".
"O aumento foi minúsculo, o menor desde 1986 em termos absolutos e o menor desde sempre em termos percentuais. Do ponto de vista de equilíbrio global, cria um ruído", avaliou Bob McNally, presidente da consultoria Rapidan Energy Group e que trabalhou na Casa Branca, em entrevista à Bloomberg.
"Apesar disso, se os preços da gasolina seguirem em queda, a Casa Branca vai tentar levar o crédito".
Após a decisão da Opep, as cotações do petróleo operam em alta. Por volta das 10h, o barril do tipo brent era negociado a US$ 101,15, valorização de 0,61%.