Reduzir a desigualdade é mais importante que teto de gastos, diz Lula
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Reduzir a desigualdade é mais importante que teto de gastos, diz Lula

Em entrevista a sites independentes nesta quarta-feira (19), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que combater a desigualdade no país é mais importante do que respeitar a regra do teto de gastos. "É preciso que a gente recupere a democracia para que possa colocar a desigualdade como prioridade do governo, e não colocar como prioridade o teto de gastos", disse ele.

Lula ainda afirmou que o Brasil deve ter um "compromisso com a evolução social da sociedade e deixar em segundo plano o compromisso fiscalista do governo".

A regra do teto de gastos foi criada no governo de Michel Temer (MDB), em 2016, e está em vigor desde 2017. Ela limita o crescimento das despesas da União à inflação acumulada em 12 meses até junho do ano anterior.

O texto voltou ao debate público após o atual ministro da Economia, Paulo Guedes,  admitir no ano passado a possibilidade de furar o teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil,  quando a PEC dos Precatórios ainda não havia sido aprovada pelo Congresso Nacional. A emenda constitucional acabou se tornando a solução da gestão de Jair Bolsonaro (PL) para abrir espaço no orçamento e bancar o benefício de R$ 400 do programa substituto do Bolsa Família.

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O petista, no entanto, já defendeu mais de uma vez que o auxílio fosse de R$ 600. Em outubro do ano passado,  quando Bolsonaro confirmou o valor do Auxílio Brasil, Lula publicou nas redes sociais: "Tô vendo o Bolsonaro dizer agora que vai dar R$ 400 de auxílio. Tem gente dizendo que é auxílio eleitoral, que não podemos aceitar. Não penso assim. O PT defende um auxílio de R$ 600 desde o ano passado. O povo precisa. Ele tem que dar. Se vai tirar proveito disso, problema dele".

Esta não foi a primeira vez que o ex-presidente critica a regra do teto de gastos. Também em outubro, em entrevista à rádio Jovem Pan de Sorocaba (SP), ele chegou a afirmar que "um governo responsável não precisa de uma lei dizendo o que ele pode gastar”. “De vez em quando, eu critico o teto de gastos e me criticam dizendo ‘ah o Lula quer gastar’. Ora, um governo responsável não precisa de uma lei dizendo o que ele pode gastar”, alfinetou.

Nesta quarta, Lula também disse que, para solucionar o problema do país, "a gente tem primeiro que colocar o pobre no orçamento e, segundo, colocar o rico no Imposto de Renda", se referindo à reforma tributária, travada no Senado. A proposta prevê taxar lucros e dividendos em 15%, enquanto reduz os tributos cobrados de empresas.

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