Maksoud Plaza
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Maksoud Plaza

O hotel Maksoud Plaza, um dos ícones de São Paulo,  fechou as portas oficialmente nesta terça-feira (7) após uma crise que se arrasta há mais de uma década e envolve litígios societários, passivos trabalhistas e dívidas com fornecedores.

Os funcionários do hotel de cinco estrelas já haviam recebido há dias a orientação de que não deveriam fazer reservas para depois do dia 7, mas só ficaram sabendo do encerramento das atividades pela imprensa. Henry Maksoud Neto, o atual administrador do hotel, deu uma entrevista sobre o fim do empreendimento publicada antes de uma reunião que teve com os colaboradores na manhã desta terça.

O Maksoud Plaza é considerado um dos símbolos arquitetônicos de São Paulo, e está localizado na esquina da rua São Carlos do Pinhal com a Alameda Campinas, a duas quadras da Avenida Paulista. Inaugurado em 1979, chegou a hospedar grandes artistas, políticos e empresários.

Na lista de ex-hóspedes ilustres, estão a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, o então secretário-geral da ONU Kofi Annan, o cantor João Gilberto, e as bandas de rock Rolling Stones e Guns N’Roses. O hotel também já recebeu shows de Frank Sinatra e Julio Iglesias.

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A empresa está em recuperação judicial deste setembro do ano passado, quando listou dívidas de R$ 82 milhões. Nos autos, o hotel atribuía à pandemia o fracasso do empreendimento, embora a crise da marca precedesse em ao menos uma década o surgimento do coronavírus. Ao todo, o passivo das controladoras do hotel, Hidroservice e HM Hotéis, ultrapassa os R$ 300 milhões nos autos da recuperação judicial. Não entram nessa conta as dívidas com o fisco, por exemplo.

O fim definitivo das operações do hotel ocorre após um acordo entre Henry Neto e os irmãos Jussara e Fernando Simões, controladores do grupo JSL, de logística e transportes. Os Simões arremataram o prédio do hotel em 2011 por cerca de R$ 70 milhões em um leilão judicial que foi realizado para quitar uma dívida trabalhista de R$ 13 milhões. O hotel e Henry Neto iniciaram, então, uma briga para anular o certame, sob o argumento de que, na data de sua realização, o passivo trabalhista já havia sido quitado.

A assessoria de Henry Neto afirmou ao GLOBO que o acordo foi proposto inicialmente pelo juiz à frente da recuperação judicial como forma de destravar a venda de outros imóveis da empresa insolvente em leilões. Os Simões, ainda segundo representante de Henry Neto, assentiram em fazer a correção monetária do valor do lance que vencera o leilão de 2011. Ao todo, vão pagar pelo imóvel R$ 132 milhões. Não se sabe o destino que os novos donos darão ao local.

Os demais leilões de ativos devem ser realizados no primeiro semestre de 2022 e inclui imóveis em Manaus e na região metropolitana de São Paulo. O valor arrecadado nos certames será usado para pagar dívidas do Maksoud Plaza.

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