Inflação acelerada
, dólar alto
e falta de insumos na indústria são fatores que podem deixar a Black Friday deste ano menos atrativa para os consumidores. Isso porque os preços dos produtos tendem a ser mais altos que nos anos anteriores, prejudicando as compras.
Apesar disso, lojistas estão confiantes que o período de promoções conseguirá reaquecer o varejo, apostando sempre na negociação feita no tête-à-tête. "Um chorinho sempre vale a pena para que haja mais sucesso na compra do consumidor", comenta Luis Augusto Ildefonso, diretor institucional da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (ALSHOP).
Black Friday terá preços mais altos que anos anteriores
Alguns fatores devem fazer com que a Black Friday não tenha preços tão bons quanto em anos anteriores. A alta do dólar e a inflação que acelerou durante todo o ano de 2021 fizeram com que muitos produtos ficassem mais caros - e aí não há desconto que seja suficiente para suprir as expectativas dos consumidores.
"Os descontos em si serão tão bons quanto os do ano passado, mas é claro que os preços das mercadorias vão estar um pouco mais salgados", afirma Luis, que acrescenta que, com os preços mais altos, os consumidores que conseguirem pechinchar vão levar descontos maiores. "Toda e qualquer negociação, mesmo de promoções que estão nas lojas, devem ser feitas pelo lojista", comenta.
"Uma pressão inflacionária e a alta do dólar estão afetando os preços. Acreditamos que os descontos para o consumidor serão menores que nos outros anos pré-pandemia", analisa Rodrigo Nakagaki, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de e-Commerce (ABLEC).
Já a respeito da falta de insumos na indústria, os eletroeletrônicos tendem a ser a categoria mais afetada. Além dos preços mais altos, também é possível que falte estoque de determinados produtos, dizem os lojistas. Para a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (ELETROS), porém, a falta de itens não deve ser grande.
"O setor se esforçou para entregar ao varejo seus produtos, que já está abastecido com uma ampla oferta e variedade de itens que serão oferecidos ao consumidor a preços bastante competitivos", afirma a entidade, em nota.
Leia Também
Leia Também
Expectativa de crescimento
Apesar dos preços mais altos, tanto a indústria quanto o varejo apostam em uma Black Friday com crescimento em relação ao ano passado. A ABLEC espera crescimento geral de 20% em relação a 2020, enquanto a ELETROS está confiante em alta entre 5% e 10% no setor de eletroeletrônicos e eletrodomésticos.
Os produtos que mais devem ser vendidos são aqueles que os consumidores compram para presentearem a si mesmos, como eletrônicos, produtos de beleza, moda, eletrodomésticos e móveis. "Mas a maioria dos produtos tem maior demanda neste período", garante Rodrigo.
"Apesar de um cenário econômico mais desafiador em 2021, por conta de uma inflação mais elevada e outros fatores que influenciam na elevação do Custo Brasil de produção, a Black Friday deverá, mais uma vez, ser um momento único para a indústria, para o varejo e para consumidores, com excelentes oportunidades para todos. O momento é de reaquecermos o mercado, estimulando o consumo, fazendo com que o ciclo virtuoso da economia ocorra", diz a ELETROS, em nota.
Para a ALSHOP, a retomada das lojas e shoppings devem estimular o consumo, garantindo que a Black Friday seja ainda melhor que a de 2020. "Com a vacinação [contra a Covid-19] progredindo bastante, com o consumidor mais livre para estar em shoppings, seguramente a gente vai ter um movimento melhor. Falando particularmente em shoppings, com os protocolos sanitários em atividade ainda, isso traz uma segurança muito grande para os consumidores que seguramente estarão em maior número neste ano nos shoppings tentando fazer suas compras", acredita Luis.
E o consumo presencial, que permite as famosas negociações com os lojistas, não deve prejudicar o comércio digital, que mostrou, durante toda a pandemia de Covid-19, que veio para ficar. Para Rodrigo, a Black Friday de 2021 será uma oportunidade dos consumidores encontrarem descontos nos mais diversos canais, seja online ou presencialmente, já que as lojas e marcas devem apostar em mais integração.
"O e-commerce continua em franca expansão. Acreditamos que o online vai influenciar muito a compra no offline, como nos anos anteriores à pandemia. As empresas que obterão melhores resultados serão aquelas que utilizarem estratégias integradas para e-commerce, lojas físicas e redes sociais. O uso de live commerce vai ser intenso nesta Black Friday", afirma.
Para os consumidores, a Black Friday e o período que a antecede podem ser aproveitados para encontrar bons descontos, sempre priorizando as pesquisas de preços. Nas compras presenciais, vale a pena negociar com os lojistas para conseguir descontos melhores. Já nas compras online, é importante ficar atento aos cupons de descontos e às ações dos e-commerces, que têm apostado em lives nas quais liberam promoções especiais e cupons.