Ministério da Economia manteve projeção de julho e prevê queda de 4,7% do PIB em 2020
Geraldo Magela/Agência Senado
Ministério da Economia manteve projeção de julho e prevê queda de 4,7% do PIB em 2020

O Ministério da Economia manteve a projeção de que o Produto Interno Bruto (PIB) recuará 4,7% neste ano, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (15). A estimativa é a mesma que havia sido divulgado pela pasta em julho.

O número contrasta com as declarações que o ministro da Economia, Paulo Guedes , tem feito a respeito da atividade econômica. Segundo Guedes, é possível que o PIB registra queda até mesmo inferior a 4%.

A projeção oficial da equipe econômica segue mais otimista que a de analistas de mercado, que é de queda de 5,11% , segundo o mais recente boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central.

"A atual estimativa para o PIB de 2020 foi mantida em 4,7%, devido à melhora da projeção para o segundo semestre deste ano. Na projeção para o 3º trimestre, espera-se que a indústria, agropecuária e comércio sejam os principais motores para a retomada. Na estimativa do 4º trimestre, esperamos que o impulso para a recuperação virá pela retomada mais vigorosa dos demais serviços, que foram duramente afetados pela pandemia", diz o boletim da Secretaria de Política Econômica (SPE).

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De acordo com a projeção, os indicadores do segundo trimestre mostraram que os efeitos da pandemia sobre a economia brasileira foram "mais intensos em abril, mês que registrou as mais fortes quedas na atividade dos diversos setores". A nota completa que "esses efeitos já foram parcialmente compensados em maio, junho e julho, com a sinalização de uma recuperação moderada, ainda que não homogênea. Com isso, apesar da grande incerteza ainda existente no ambiente econômico, a confiança de empresários e consumidores tem voltado e ampliado as perspectivas de recuperação no 2º semestre de 2020 e nos meses seguintes", acrescentou.

A projeção de queda do PIB para o terceiro trimestre de 2020 é de 4,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. O resultado representa uma variação de 7,3% em relação ao segundo trimestre de 2020. A projeção leva em consideração os dados divulgados até o dia 08 de setembro, diz a SPE.

Para 2021, a estimativa de crescimento se manteve em 3,2%. Já para 2023 e 2024, a projeção do crescimento é de 2,5%.

Inflação

A projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2020 é de 1,83%, acima da previsão de julho (1,6%). "O principal responsável pela elevação da projeção é o preço de alimentos . Observando a evolução do IPCA ao longo do ano, vemos que a inflação acumulada em 12 meses do grupo Alimentação no Domicílio, após atingir um valor mínimo de 5,06% em março, acelerou até alcançar 11,39% em agosto (último dado disponível). Contudo, o comportamento das demais categorias de produtos continua apresentando inflação estável e baixa (inclusive se comparada à meta de inflação)", diz o boletim.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deverá encerrar este ano com variação de 2,35%. A previsão anterior era 2,09%. A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que inclui também o setor atacadista, além do consumidor final, subiu de 6,58%, em julho, para 13,02%.

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