No dia 23 de março, o TecMundo lançou o documentário "Realidade Violada". O documentário foca os crimes de clonagem de cartão por hackers, conhecidos como “carders”.
Abordando o cenário dos carders e as consequências dos seus atos, o repórter pergunta a um hacker como ele movimenta dinheiro. Rindo da pergunta, o carder explica que ele declara o dinheiro como Bitcoins comprados entre 2010 e 2011.
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Mais de 9 milhões de brasileiros
Em 2018, mais de 9 milhões de brasileiros foram vítimas de fraudes com cartões. Quase 50% deles sofreram, especificamente, com clonagem de cartão de crédito.
O documentário revela ainda um espantoso dado. No Brasil, uma fraude em e-commerce é tentada a cada 6,5 segundos.
O especialista Fidel Beraldi explica como os crimes de clonagem são comumente praticados. Hackers vazam dados de cartões e vendem na internet, por valores que variam entre R$ 80 e R$ 150.
Os carders então utilizam esses dados para compras online. O hacker Gods, que também é carder, falou no documentário. Ele afirma que “peixes grandes” auferem de R$ 10 milhões a R$ 20 milhões mensalmente.
Bitcoin para movimentações
Mesmo assim, o dinheiro obtido com este tipo de crime chamaria atenção ao ser utilizado. O repórter pergunta o que Gods faz com o dinheiro que ele ganha, “já que não pode declarar”.
Você viu?
Gods ri e explica:
“Quem disse que eu não posso declarar? Hoje em dia o Bitcoin tem uma falha, podem falar que você comprou tipo 100, 200 Bitcoins em 2011 e hoje você tem uma renda entre 10, 20 milhões guardados por aí. Então você tem dinheiro limpo, você pode fazer recibos falsos, você pode fazer… Com o dinheiro você faz tudo, mas o meu dinheiro eu guardo em Bitcoins e vivo uma vida normal.”
As vítimas
São abordadas as realidades de duas vítimas de fraudes. Marieta Pereira, dona de casa, foi vítima de um golpe que está se popularizando. Chamado de “golpe do motoboy”, uma pessoa se passou por funcionária de seu banco e falou que Pereira foi vítima de fraude.
Após, o suposto funcionário pede que a vítima escreva uma carta com suas informações. Juntamente com a carta, pede-se que a vítima entregue seu cartão a um motoboy supostamente do banco.
É desnecessário esclarecer que o motoboy não é do banco. Os fraudadores roubaram R$ 13 mil de Pereira. A dona de casa recuperou somente R$ 10 mil, metade do valor roubado acrescidos de R$ 4 mil como indenização por danos morais.
Além dela, o advogado Rogê Ferraz também foi vítima de fraude com cartão. No caso dele, seu cartão foi clonado e utilizado para uma compra online. A compra foi efetuada por alguém localizado no Oriente Médio.
Quando perguntado se tem pena da pessoas, Gods responde:
“Não. Pena é relativo, porque ninguém nunca sai prejudicado com isso, sabe. Quem sai são os banqueiros, e os banqueiros são milionários. Eu não dou bola pra eles. (sic)”