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Pesquisa do SPC Brasil aponta que 93% dos entrevistados se sentem preparados para ingressarem em um novo emprego
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Pesquisa do SPC Brasil aponta que 93% dos entrevistados se sentem preparados para ingressarem em um novo emprego

De acordo com a pesquisa “O desemprego e a busca por recolocação profissional no Brasil”, realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), sete em cada dez desempregados, ou seja, 68% do total estão dispostos a ganhar salários inferiores aos que recebiam no último emprego.

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A pesquisa do SPC Brasil evidenciou que entre os entrevistados, 74% são homens, sendo 70% pertencentes às classes C, D e E. As principais justificativas para o ganho de salários menores do que os anteriores se dividiram entre pagar as despesas e a inserção imediata no mercado de trabalho, com 29% e 25%, respectivamente.

Em contrapartida, 32% não estão dispostos a receber salários inferiores, principalmente as mulheres, com 36% dos resultados. Pessoas de classes A e B também se destacaram, com 44%. Como justificativa 15% dos entrevistados afirmaram enxergar salários menores como regressão profissional e 12% consideram a difícil a possibilidade de atingirem o patamar que detinham anteriormente.

O levantamento ainda revelou que 50% dos que participaram de pelo menos uma entrevista de trabalho, recusaram a proposta, sendo que 20% o fizeram por conta da remuneração e escassez de benefícios e 10% pela distância dos locais de trabalho.

Desemprego

De acordo com a pesquisa, 74% dos entrevistados já estiveram desempregados antes, principalmente os com faixa etária de 35 a 49 anos, com 84%, seguido de pessoas acima de 50 anos, com 79%. Por outro lado, 26% asseguraram nunca ter enfrentado situações de desemprego, principalmente os mais jovens, com 33%.

Cerca de 47% das pessoas entrevistadas afirmaram estar desempregadas por um período superior a seis meses, sendo a média de tempo 12,2. “Números como esses repercutem gravemente em todo o quadro social, pois menos pessoas trabalhando significa retração no consumo, aumento da inadimplência, impactos negativos no padrão de vida das famílias e, em geral, ampliação da recessão e resultados piores para a economia do país”, afirmou o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.

Mercado de trabalho

A busca por um lugar no mercado de trabalho deteve fortemente o resultado do levantamento, uma vez que 94% estão tentando se inserir no mesmo, estando 80% desempregados e 14% recorrendo a outras formas de gerar renda.

Nove em cada dez entrevistados se sentem preparados para conseguir um novo emprego, com 93% das respostas, e somente 3% afirmaram o contrário. O otimismo também é predominante, uma vez que 59% asseguraram boa experiência profissional. A fim de potencializar as chances de ingresso no mercado de trabalho, 28% afirmaram terem preenchido cadastros em diversos sites de emprego e 24% leem jornais para a busca de vagas disponíveis.

A capacitação como forma de potencializar as oportunidades de emprego é um método utilizado por um a cada cinco desempregados, com 21%. Sobretudo, os mais jovens, com 28%, sendo idiomas, administração de empresas, técnicos de informática, técnicos de enfermagem e estética, as áreas mais citadas, com 9%, 6%, 5%, 5% e 5%, respectivamente. Já 75% admitiram não buscarem se capacitar profissionalmente.

Mesmo entre os que procuram aumentar o nível de empregabilidade por meio de cursos e outras formas de capacitação, o cenário não é animador, já que seis em cada 10 entrevistados, ou seja, 60%, afirmaram não serem chamados para entrevistas de emprego.

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Contratação e experiências

Com 97% dos entrevistados afirmando já terem trabalhado anteriormente, a forma de contratação mais usual foi a CLT, com carteira assinada, com 52%. Em seguida ficaram a contratação informal sem registro na carteira, com 13%, a contratação temporária, com 9% e a terceirização com carteira assinada, com 8%.

Em relação a experiência de trabalho anterior, 48% dos entrevistados faziam parte do setor de serviços, 34% do comércio, 12% da indústria e 5% eram do setor público. Em 68% dos casos, o desligamento foi feito por demissão. Cerca de16% afirmaram ter pedido demissão e 14% alegaram terem feito acordos.

Dentre as pessoas que foram demitidas, 87% afirmaram causas externas, sendo 43% ligadas à crise econômica como redução de custos por parte das instituições as quais prestavam serviços, 15% na diminuição das atividades das empresas e 10% devido ao fechamento das empresas. Em contrapartida, somente 7% abordaram motivações pessoais, 3% resultados abaixo do esperado no trabalho e 2% alegaram dificuldade no relacionamento com colegas e chefes.

A insatisfação com atividades realizadas no trabalho foi citada por 19% dos entrevistados que se demitiram, seguida da insatisfação com o salário, com 12% e o desejo de mudar de área de atuação, com 9%. Em relação ao tipo de oportunidades que buscam, 51% dos desempregados afirmaram preferir postos com carteira assinada, enquanto 32% não tem preferências.

Expectativas

Mesmo que o tempo médio na condição de desempregados seja equivalente a mais de um ano, 59% dos entrevistados estão otimistas com a possibilidade de conseguirem empregos nos próximos 90 dias. Em média, acreditam que em quatro meses podem resolver a situação.

O que se diz respeito a expectativa para conseguir um novo trabalho nos próximos três meses, 58% se mostraram confiantes, enquanto 28% afirmaram desânimo, sendo 21% por conta das poucas vagas disponíveis no mercado e 7% por não terem acesso as mesmas.

“A questão não passa apenas pela qualificação, e sim pela fragilidade atual da economia brasileira, que não oferece as condições necessárias para que sejam criados novos empregos. Para 2017, a expectativa é de um cenário econômico melhor do que em 2016, mas a recuperação deve se tornar mais sólida apenas no segundo semestre. Sendo assim, a expectativa é de que os dados de desemprego ainda mostrem alguma piora no primeiro semestre do ano, antes de demonstrar algum alento na segunda metade do ano”, explicou Pellizzaro.

Diferentes perfis

Além de investigar o perfil e o comportamento dos desempregados, a pesquisa buscou desenvolver uma análise aprofundada em relação aos que não moram sozinhos para detectarem o impacto do desemprego nas famílias.

Cerca de 35% garantiram que há pelo menos mais um desempregado morando com eles, sendo que 79% afirmaram conhecer alguém próximo que perdeu o emprego ou que fechou uma empresa nos últimos três meses. A pesquisa ainda mostra que 92% desses desempregados contribuíam financeiramente para as despesas do lar, os quais 37% eram os principais responsáveis pelos ganhos.

De acordo com 17% deles, a perda do emprego gerou conflitos familiares, sendo 12% sobre as despesas de casa e 8% na hora de dividir as despesas.

Motivação

Já 21% dos entrevistados afirmaram que após a perda do emprego, outras pessoas da casa que não trabalhavam, passaram a executar alguma atividade remunerada. Em casos mais graves, 4% afirmaram que após a perda do emprego, algum integrante da família precisou interromper os estudos para auxiliar nas despesas.

“Os efeitos nocivos do desemprego na vida das famílias acabam forçando as pessoas a buscar fontes alternativas de renda. Em tempos de recessão e desemprego acentuado, como este que o país atravessa, as pessoas são obrigadas a se adaptar, pois mesmo cortando gastos, há muitas contas que precisam ser pagas. É preciso, urgentemente, reverter esse quadro - o que passará pela melhora da economia e retomada do crescimento, fazendo com que o empresariado volte a acreditar no país. Além disso, é necessário que algumas reformas que ajudam a destravar a economia sejam aprovadas, com destaque para a reforma da previdência e a reforma trabalhista ”, concluiu o presidente do SPC Brasil.

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