Os sete primeiros meses deste ano trouxeram recorde no número de novas empresas criadas no País, segundo divulgou a Serasa Experian nesta segunda-feira (03). De acordo com a instituição, foram abertos 1.199.373 empreendimentos. Desse total, os Microempreendedores Individuais (MEIs) representam 79,5%.
Desde o ano de 2010, o Brasil não registrava um número tão alto de empresas criadas no ano. Em comparação aos primeiros meses de 2015, quando ocorreram 1.178.356 nascimentos de empreendimentos, a quantidade foi 1,8% superior .
Contudo, em julho de 2016, o indicador mostrou a abertura de 178.633 novas companhias, o que revela um número 4,7% menor do que o apurado no mesmo mês do ano anterior, com 187.392 novos empreendimentos.
Segundo os economistas da Serasa Experian, o recorde nesses primeiros sete meses pode ser explicado pelo fenômeno chamado “empreendedorismo de necessidade”, ou seja, com o aumento do número de desemprego, com o mercado de trabalho formal deteriorado, os profissionais se lançam em algum empreendimento próprio.
Além disso, o processo para a abertura de empresas está bem menos burocratizado, sendo mais facilitado para a formalização de pequenos negócios graças à lei do MEI, que têm impulsionado, também, a criação de novas empresas nessa categoria.
Natureza jurídica
Ainda de acordo com levantamento da Serasa, o número de novos Microempreendedores Individuais (MEIs) registrado de janeiro a setembro deste ano é de 953.060 contra 888.837 no mesmo período de 2015, alta de 7,2%.
As Sociedades Limitadas registraram criação de 103.433 unidades, trazendo uma queda de 13,5% em relação ao intervalo anterior, quando 119.622 empresas surgiram. Já no caso de Empresas Individuais, houve queda de 30,2%, a maior entre as naturezas jurídicas, com um total de 75.451 novos negócios entre janeiro e julho de 2016; de janeiro a julho do ano passado, o número foi de 108.128.
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Outras empresas, de naturezas diferentes a essas, registraram alta de 9,2%, com 67.429 aberturas entre janeiro e setembro, contra 61.769 no mesmo período de 2015.
Segundo os economistas da Serasa, a crescente formalização dos negócios no Brasil e o empreendedorismo de necessidade são os grandes responsáveis pelo aumento constante das MEIs, registrado desde o início da série histórica do indicador. Em sete anos, passaram de menos da metade dos novos empreendimentos (44,5%, em 2010) para 79,5% no último levantamento.
Empresas por Setor
Assim como foi registrado em outros períodos, o setor de serviços continuou sendo o mais procurado por quem quer empreender. De janeiro a julho deste ano de 2016, 755.011 novas empresas foram abertas neste segmento, o equivalente a 63,0% do total.
Depois, vieram as empresas comerciais, com 341.683 novas (28,5% do total) e, em seguida, o setor industrial apresentou abertura de 99.444 empresas (8,3% do total) neste mesmo período.
O que pode ser constatado é que, nos últimos seis anos, houve o crescimento constante na participação das empresas de serviços no total de empresas que nascem no Brasil, indo de 53,1% (janeiro a julho de 2010) para 63,0% (janeiro a julho de 2016).
Por outro lado, a participação do setor comercial de empresas que surgem em todo o território nacional tem recuado (de 35,4%, de janeiro a julho de 2010, para 28,5% no mesmo período de 2016). Já a participação das novas empresas industriais se mantém estável.
Nascimento por Região e Estado
Conforme o esperado, a região Sudeste continua liderando o ranking do número de nascimentos de empresas, com 615.490 novos negócios abertos entre janeiro e julho de 2016 ou 51,3% do total.
Em segundo lugar está a Região Nordeste, com 16,7% (200.389 empresas). A Região Sul segue em terceiro lugar, com 16,6% de participação e 198.622 novas empresas. O Centro-Oeste registrou a abertura de 105.397 empresas e foi responsável por 8,8% de participação, seguido pela Região Norte, com 58.417 novas empresas ou 4,9% do total de empreendimentos inaugurados.
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Além de ser líder no número de aberturas de novos empreendimentos, a Região Sudeste foi a que registrou maior alta nesse período (2,6%) comparando-se os meses entre janeiro e julho de 2016 com igual intervalo do ano anterior. Já a região Sul teve crescimento de 1,4% no período. Nas demais regiões houve queda no número de novos empreendimentos, sendo a maior delas registrada no Nordeste (5,5%), seguida pelo Centro-Oeste (4,4%) e Norte (3,3%).
Quando comparamos os Estados, nos primeiros sete meses do ano, São Paulo foi responsável por 28,0% dos novos empreendimentos, totalizando 336.413. Em seguida, vem Minas Gerais, com 132.209 nascimentos, ou seja, 11,0% do total. A terceira posição no ranking nacional de nascimentos de janeiro a julho fica com Rio de Janeiro, com 129.397 novos empreendimentos, 10,8% do total.
Metodologia do estudo
Para o levantamento do Nascimento de Empresas foi considerada a quantidade mensal de novas empresas registradas nas juntas comerciais de todas as Unidades Federativas do Brasil bem como a apuração mensal dos CNPJs consultados pela primeira vez à base de dados da Serasa Experian.