Nós nos preparamos desde muito novos para nossa vida profissional: estudamos, aprendemos novas línguas, lemos livros, assistimos palestras, enfim, procuramos formas de aumentar nossas capacidades técnicas a fim de atingir grandes objetivos. Porém, outros tipos de competências também estão em jogo na hora de conseguir o emprego dos sonhos, que são as comportamentais.
“Empresas são resultados de pessoas. Então, é preciso gente para haver resultados, e esses funcionários, claro, precisam ter competências; as comportamentais hoje são ainda mais valorizadas, pois tem a ver com a ética, os sentimentos e a essência da pessoa”, destaca José Roberto Marques, Master Coach Sênior e Presidente do Instituto Brasileiro de Coaching.
Algumas características pessoais têm impacto em nossa carreira e, consequentemente, na empresa para a qual trabalhamos. Por isso, vêm sendo valorizadas pelas empresas, especialmente aquelas de sucesso. "A Disney, por exemplo, escolhe seus funcionários focando nessas características. A técnica é preocupação para depois, isso nós aprendemos", conta José.
Independente do perfil da companhia ou da profissão que você segue, apresentar espírito de liderança, por exemplo, pode ser um grande diferencial na hora de concorrer a uma vaga – e depois disso, claro. Para Odair Aguiar, sócio da Doxa Advisers, especializada em inovação e gestão de empresas, a característica essencial em qualquer área e função é a capacidade de comunicação, que pode dizer muito mais do potencial da pessoa do que o próprio currículo.
“Na maior parte das vezes, o novo funcionário não vem pronto para se encaixar em todas as suas necessidades, então é importante a predisposição de querer se adaptar, de buscar crescer e entender esse objetivo. Até porque as companhias também mudam de metas, por isso é preciso que o funcionário saiba interagir, que entenda o ambiente de trabalho, e tudo isso está incluso no poder de comunicação de alguém”, explica.
Veja algumas das características mais buscadas por empresas, segundo os especialistas:
Capacidade de comunicação
Essa característica essencial pode se desdobrar em várias outras, também bastante importantes no ambiente corporativo:
Capacidade de comunicação com público externo: Somos todos vendedores! Saber vender é importante desde que seja um produto ou um serviço até mesmo uma ideia.
Capacidade com público interno: essa característica revela a sua habilidade de relacionamento com colegas, clientes... Que empresa não quer um funcionário que saiba lidar de maneira saudável com todos ao redor?
Capacidade de comunicação com chefes: a perspicácia de elaboração de ideias é esperada, mas de nada adianta ser criativo se não souber organizar os conceitos, coloca-los de forma inteligível e vende-los a quem deve tomar decisões: o chefe.
Capacidade de ouvir: as informações hoje chegam de maneira intensa e de todos os lados. É possível ouvir notícias o dia todo, o acesso às informações é constante, mas é importante saber filtrar o que é relevante. Quem tem a capacidade de ouvir, em qualquer ambiente, sabe absorver aquilo que é importante para o seu crescimento e o da empresa.
Capacidade de se atualizar: muito se fala em MBA, especialização etc, mas hoje é possível encontrar cursos na internet, inclusive gratuitos, que dão a oportunidade de aprender coisas novas todos os dias. Empresas desejam funcionários que estejam se aprimorando em sua e outras áreas. Isso revela sua capacidade de adaptação de mercado, além de obviamente mostrar a habilidade da pessoa de absorver conhecimento e utiliza-los no cotidiano profissional.
Capacidade de saber outras línguas: se comunicar pelo menos em inglês e espanhol. Acho que pelo menos essas duas hoje são essenciais.
Espírito de liderança
Líder é aquele que leva as pessoas a desejarem e a realizarem os mesmos sonhos. A capacidade de dirigir pessoas efetivamente, extraindo o melhor de cada um para alcance de grandes resultados é cada vez mais valorizado. As organizações querem profissionais capazes de serem porta-vozes de equipes e que tenham habilidade de liderar em busca de sinergia, atingindo um ambiente de qualidade, que produzirá trabalhos melhores. E atenção! Essa qualidade não é buscada, necessariamente, em pessoas que estarão em cargos de gerência, pois é valorizada em qualquer função.
“Quando incluo as pessoas na criação de um resultado, quando dão palpites, gero engajamento. O líder deve inspirar e motivar sua equipe, ser aquela pessoa que desperte o desejo alheio em segui-lo”, destaca José Roberto.
Foco
A atenção, a vontade de entregar no tempo prometido, o interesse genuíno. Tudo isso pode ser resumido na palavra “foco”, pois só consigo isso fazendo o que gosto de fazer.
Conhecimento intrapessoal e interpessoal
Você conhece suas emoções? Se sim, conhecerá as emoções dos outros mais facilmente e, então, terá a capacidade extraordinária de relacionamento interpessoal.
Criatividade
Este é o diferencial de fazer as coisas “fora da caixa”, de maneira mais rápida, diferenciada. Qual empresa não deseja isso?
Flexibilidade, resiliência, capacidade de adaptação
A pessoa que é flexível, resiliente ou adaptável consegue transcender desafios, lidar com pressão e ser brando em diversas situações.
Congruência, coerência
Essa característica tem a ver com o alinhamento entre aquilo que a pessoa fala, pensa, sente e o que realmente faz. Tem a ver com ser autêntico, com a capacidade de ser o que é.
Integridade
As empresas buscas pessoas com alma e essência em boa conduta, em ser ético. Pessoas reconhecem integridade quando são íntegras.
Capacidade de ficar curioso (ao invés de julgar)
Esta capacidade é extremamente valiosa. Ela revela a habilidade em ouvir alguém com que não concordo e ficar curioso com o que ela pensa, em vez de já julga-la, decidindo se está certa ou errada.
Capacidade analítica e estratégica
Essa característica é muito importante no momento da entrevista de emprego, mas também depois de conseguir entrar na vaga esperada. “Identifique-se com a pessoa que está entrevistando, veja a linguagem que usa, a maneira com que ela se abre ou dá espaço para você falar. Entre e se ajuste àquele entrevistado, busque gerar uma conexão”, explica José Roberto.
“Visão de dono”
Esse comportamento é muito interessante: o funcionário que entende o objetivo da empresa, tem empatia com o que o dono quer e faz o seu melhor para isso acontecer.
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