Líderes confiam que texto da reforma da Previdência será aprovado sem mudanças

Ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni afirma que texto aprovado pela comissão especial já contempla policiais

Líder do PSL, Deputado Delegado Waldir acredita que governo não terá dificuldades para a aprovar a reforma da Previdência no plenário
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 3.6.19
Líder do PSL, Deputado Delegado Waldir acredita que governo não terá dificuldades para a aprovar a reforma da Previdência no plenário


Líderes de partidos que apoiam a reforma da Previdência irão tentar iniciar a votação da proposta nesta terça-feira (9) sem alterações em relação ao texto aprovado na comissão especial que discutiu o tema. Deputados e integrantes do governo passaram a tarde em reunião na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia(DEM-RJ), contando os votos e construindo o acordo para não serem apresentados destaques (propostas de alteração no texto).

Leia também: Bolsonaro apela a ministros para garantir mais três votos a favor da Previdência

O governo afirma que o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) já contempla reivindicações de policiais federais, policiais rodoviários federais e policiais legislativos. Esse é um dos principais pontos de incerteza para a votação da reforma nesta semana. Segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni , o texto da reforma garante a integralidade (último salário da ativa durante a aposentadoria) para quem entrar nessas carreiras até a promulgação da proposta.

"Existe um artigo na proposta que garante a integralidade para todas as categorias presentes na Lei Complementar 51, de 1985. Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil do Distrito Federal e as polícias legislativas. Até a data da promulgação da PEC, todos da ativa serão afetados por esse dispositivo", garantiu.

Leia também: Aprovação da reforma será uma vitória do Parlamento, não do governo, diz Maia

Em razão disso, o PSL assegurou que não haverá nenhum tipo de pedido do partido para que o texto seja alterado. Isso é importante porque partidos do centrão afirmam que, se a legenda do governo insistisse em mexer na proposta, seria muito difícil segurar as bancadas para evitar outras mudanças. O líder do PP, Arthur Lira (PB), chegou a afirmar que, com isso, a reforma poderia perder até R$ 400 bilhões — o impacto estimado é de quase R$ 1 trilhão em dez anos.

Lira ressaltou afirmou que até amanhã os líderes vão continuar conversando sobre a reforma para mapear os votos. Segundo ele, não há uma contagem exata sobre o número de votos favoráveis à reforma, mas disse crer que o texto será aprovado.

"Não estou vendo nesta Previdência o monitoramento de votos como a gente tinha no governo passado. A gente sabia exatamente quem votava, que partido votava, e isso não ocorre agora", declarou. 

Leia também: Onyx Lorenzoni diz ter 330 votos na Câmara a favor da reforma da Previdência

"O PSL só ajuda a reforma. O PSL está tranquilo é não apresentará destaques", garantiu o líder do partido , Delegado Waldir (GO).

Às vésperas da votação da reforma na comissão, o presidente Jair Bolsonaro fechou um acordo com os líderes dos partidos, fixando idade mínima de aposentadoria para os policiais federais de 53 anos para homens e 52 anos para mulheres, com pedágio de 100%. Mas a proposta não foi aceita pela categoria, que quer pedágio de 50%, no máximo. Com isso, eles ficaram com idade mínima de 55 anos (homens e mulheres).

"Havia muita apreensão que o PSL apresentasse algum destaque. Conversamos com o líder, conversamos com o presidente, justamente para que o partido do presidente não apresente destaque. Porque se houver destaque do partido do presidente, outros partidos se sentem descompromissados do acordo de não apresentar destaques", disse a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).

A intenção do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é votar o texto em dois turnos nesta semana. Para isso, é necessário o voto favorável de 308 deputados em cada turno de votação. Com isso, o recesso parlamentar, marcado para começar no dia 17, poderia ser antecipado.

"Vamos votar nesta semana. O texto vai ser mantido", garantiu o líder do DEM, Elmar Nascimento (BA).

A intenção é votar o texto principal da reforma nesta terça-feira. Em seguida, será iniciada a análise dos destaques e emendas. A votação deve se estender por quarta-feira ou quinta-feira.