Base costura acordo para tirar PMs e bombeiros da reforma da Previdência

Versão atual do parecer de Samuel Moreira (PSDB) prevê que as categorias sejam submetidas às regras aplicadas aos militares das Forças Armadas

Versão atual do parecer da nova Previdência prevê que PMs e bombeiros sejam submetidos às regras das Forças Armadas
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados - 2.7.19
Versão atual do parecer da nova Previdência prevê que PMs e bombeiros sejam submetidos às regras das Forças Armadas

Parlamentares da base do governo, em especial do DEM e do PSD, costuram um acordo para retirar policiais militares e bombeiros da reforma da Previdência. A versão atual do parecer do relator Samuel Moreira (PSDB) prevê que esses profissionais sejam submetidos às mesmas regras aplicadas aos militares das Forças Armadas.

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A reforma da Previdência das Forças Armadas está sendo discutida em um projeto de lei à parte, que vai tramitar separadamente à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) apresentada em fevereiro pelo governo, em que estão previstas as mudanças para servidores civis e trabalhadores do setor privado.

O projeto que muda as regras das Forças Armadas não institui idade mínima para aposentadoria, mas prevê ampliação do tempo de serviço de 30 anos para 35 anos. Se PMs e bombeiros ficarem de fora da reforma, não terão idade mínima e manterão o mesmo tempo de contribuição de hoje.

Segundo o deputado Pedro Paulo (DEM), já há um acordo para que o destaque que retira a menção a bombeiros e PMs da reforma seja aprovado pela comissão especial , que está reunida desde o início da manhã desta quinta-feira (4) . Pelo combinado, outros destaques que mudam as regras para outras categorias da segurança pública, como policiais federais e rodoviários, serão rejeitados.

O principal deles é a modificação proposta pelo PSD, que prevê regras mais vantajosas para essas duas categorias e também amplia os benefícios a agentes penitenciários e aos profissionais da segurança legislativa.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) se empenhou pessoalmente para que um acordo fosse feito com parlamentares, de modo a assegurar idade mínima para esses os integrantes desses grupos (52 anos para mulheres e 53 para homens) abaixo da que será exigida dos demais trabalhadores (62 anos para mulheres e 65 para homens).

A tentativa de Bolsonaro fracassou e os  policiais rejeitaram a proposta . O acordo, segundo Pedro Paulo, é para que essas mudanças voltem a ser analisadas em plenário, após a votação da comissão especial. "Em alguns casos, a equiparação de policiais militares e bombeiros às Forças Armadas seria prejudicial às contas de alguns estados, porque as regras seriam mais vantajosas", argumentou o parlamentar.

Integrantes da comissão não confirmaram se há um acerto, mas confirmaram que, se o destaque foi apresentado, é sinal de que existe um consenso da base. Do contrário, a alteração não seria nem sugerida.

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A menção a regimes estaduais tem sido um dos pontos de maior tensão entre parlamentares, que defendem que todas as alterações sejam tratadas pelas assembleias legislativas locais. Eles não querem arcar com o ônus de aprovar mudanças nas regras para aposentadoria de servidores estaduais e municipais.