Delegados protestam contra Bolsonaro pela reforma da Previdência: "Traidor"
Manifestantes querem incluir regras mais brandas para policiais federais na PEC; parte do PSL endossa esse coro e ameaça não votar o texto como está
Delegados federais fizeram um protesto na tarde desta terça-feira (2), na Câmara dos Deputados, a fim de pressionar o governo a incluir regras mais brandas para policiais na reforma da Previdência. Sentados no chão, eles chamaram o presidente Jair Bolsonaro (PSL) de traidor.
Além disso, parte da bancada do PSL, partido de Bolsonaro , ameaçou não votar o texto tanto na comissão especial quanto no plenário da Câmara. Esses parlamentares, ligados ao setor de segurança pública, querem incluir mudanças na complementação de voto que o relator Samuel Moreira (PSDB) apresenta na comissão especial da Casa neste momento.
Na noite desta segunda-feira (1º), o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL), esteve com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM), e o relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB). Juntos, os parlamentares tentaram negociar uma regra de transição mais amena para a aposentadoria de policiais federais e policiais rodoviários federais.
Segundo Vitor Hugo, a ideia não é tumultuar o processo de negociação, mas evitar que o partido tenha que apresentar destaques ao texto do relator, o que atrapalharia ainda mais a votação. Ele defendeu que, com as mudanças em favor dos policiais federais , a economia gerada com a reforma da Previdência seria reduzida em R$ 4 bilhões em dez anos.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, já se manifestou contra a alteração pleiteada pelos policiais porque, segundo o economista, isso pode desidratar a reforma. O governo previa uma economia de mais de R$ 1 trilhão em dez anos, mas o relator da reforma da Previdência já reduziu esse valor para R$ 940 bilhões .
Nem todos os 22 deputados do PSL , porém, defendem as regras mais brandas para os policiais federais. O partido já estaria considerando a possibilidade de liberar a bancada para a votação em plenário se o impasse permanecer.