Rombo por servidor público é dez vezes maior do que por aposentados do INSS

Com militares, a diferença é ainda maior: são 18 vezes mais gastos com cada aposentado na comparação com os gastos por beneficiário do INSS

No ano passado, o rombo do regime geral atingiu R$ 194,3 bilhões
Foto: Agência Brasil
No ano passado, o rombo do regime geral atingiu R$ 194,3 bilhões


Apesar do rombo nas contas do INSS ser maior, o governo federal gastou quase dez vezes mais por servidor civil aposentado do que com os trabalhadores da iniciativa privada em 2018. O dado foi divulgado peloTesouro Nacional nesta quarta-feira (12).

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De acordo com o resultado dos gastos, a diferença para a aposentadoria dos militares é ainda maior. O governo gasta quase 18 vezes mais com cada militar aposentado, na comparação com os gastos por beneficiário do INSS.

Enquanto o déficit por beneficiário do sistema de proteção dos militares ficou em R$ 115 mil em 2018, o do regime dos servidores públicos foi de R$ 63 mil. Já o déficit por pessoa aposentada pelo INSS foi de R$ 6,4 mil. 

No ano passado, o rombo do regime geral atingiu R$ 194,3 bilhões, dos servidores civis, R$ 46,5 bilhões, e dos militares, R$ 43,9 bilhões.

Como o número de beneficiários do regime geral, no entanto, é bem maior que os dos outros dois sistemas, seu rombo em relação ao PIB é disparadamente o mais alto e atinge 2,85%, ante 0,68% dos servidores civis e 0,64% dos militares. Os números fazem parte do Relatório Contábil do Tesouro Nacional de 2018.

Os dados do Tesouro também demonstram o peso crescente da Previdência Social nas contas do governo. Os gastos do governo aumentaram 134% em termos nominais desde 2009 e atingiram 37,58% do total das despesas da União.

O relatório aponta, ainda, que a provisão previdenciária do regime dos servidores civis e militares, conhecida como passivo atuarial, já é de R$ 1,2 trilhão (dados de dezembro de 2018). Esse montante representa a diferença negativa entre os bens e direitos (ativos) e as obrigações (passivos). 

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O documento do Tesouro também registra a difícil situação financeira da União. Os passivos do governo — como suas obrigações, empréstimos, provisões — superaram os ativos — grupo em que entram o caixa, os créditos a receber e investimentos – em R$ 2,416 trilhões em 2018.